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O diretor financeiro e de relações com investidores da AmBev, Nelson Jamel, disse nesta quinta-feira (4) que a empresa fará investimentos da ordem de R$ 2 bilhões no Brasil neste ano - o dobro do que foi investido em 2009 (sem incluir a verba de marketing) e o maior aporte já feito pela companhia.
O valor vai resultar, segundo a AmBev, na abertura de 22 mil postos de trabalho - 2 mil funcionários diretos, 10 mil indiretos e 10 mil trabalhadores de obras.
Com o montante, a empresa espera ampliar a capacidade produtiva em 13 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão e Amazonas. Em três fábricas, a expectativa é de dobrar a produção. Além disso, será construída uma nova fábrica, com inauguração prevista para 2011.
As obras já começaram em muitos estados. No Maranhão, segundo Jamel, está em andamento a construção de um novo centro de distribuição.
Capacidade produtiva
O diretor financeiro disse que a expectativa é de que, entre setembro e outubro deste ano, os investimentos no aumento da capacidade produtiva estejam finalizados, "para que a produção seja iniciada". A companhia, de acordo com o executivo, tem por objetivo atender ao aumento da demanda esperado para o próximo verão.
Mas esses R$ 2 bilhões podem diminuir para um valor entre R$ R$ 1,3 bilhão a R$ 1,5 bilhão, caso haja aumento de carga tributária, segundo a companhia.
Segundo a própria empresa, os impostos pagos em 2009 subiram 15%. Jamel explicou que o reajuste dos preços praticados pela companhia em 2009 "não foi suficiente para compensar os tributos federais". No ano, o reajuste foi de 4,5%. Ele também ressaltou que um terço do preço ao consumidor final se refere a tributos.
Uma vez que o aumento de impostos não foi integralmente repassado aos preços, o crescimento da receita líquida por hectolitro se limitou a 2,7% em 2009, abaixo da inflação do período.
Jamel afirmou que a AmBev e outras entidades do setor "estão em conversas com o governo" para a manutenção da carga tributária no patamar atual.