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03/03/2010 00:00:00

Polícia

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com cadaminuto // emanuelle oliveira

Há um ano a família de Luana Fernandes Paixão, 22 aguarda notícias sobre o paradeiro da garota, que desapareceu no dia 3 de janeiro de 2009, após visitar o avó, que mora no bairro do Village Campestre, em Maceió.

Desde então os parentes divulgam cartazes com a foto de Luana, na esperança de descobrirem onde ela está. Em junho do ano passado ela fez um contato com a família, através de um celular com DDD de Recife, mas desligou sem dizer o que havia acontecido.

Os familiares continuam sem encontrar motivos que tenham feito a garota sumir sem deixar pistas, já que ela não levou nenhum pertence ou documento e desconfiam que Luana tenha sido vítima de tráfico de mulheres, para atuar na prostituição. Eles desconfiam de um homem identificado como Eronildo, que teria fugido para o Tocantins ao ser intimado para prestar depoimento sobre o desaparecimento de Luana.

A tia da garota, Terezinha Maria dos Santos contou que a rotina da sobrinha era traquila e que ela não costumava sair ou dormir fora de casa, e que por isso o desaparecimento chamou a atenção da família. “Ela fez a ligação para o celular da minha ex-cunhada e achou que estava falando com a mãe. Ela só falou o nome e desligou de repente, como se alguém tivesse pego o celular”, relatou.

“Ela morava no bairro do Pinheiro com uma amiga, mas a mãe mora no Clima Bom. No dia em que a Luana desapareceu ela tinha ido à casa do avô, disse que ia voltar e nunca mais voltou. Pensamos que ela tinha voltado pra casa, mas a amiga ligou no domingo, achando que ela tinha dormido na casa da mãe. Os parentes ficaram preocupados e foi aí que percebemos que ele tinha desaparecido”, contou a tia da garota.

Terezinha lamentou a falta de interesse da polícia em esclarecer o caso e disse que na delegacia do 7° Distrito, onde foi registrado o Boletim de Ocorrência (BO) os policiais ironizam, afirmando que Luana deve ter fugido com um namorado. Na época do desaparecimento os parentes chegaram a ir ao Instituto Médico legal e em vários hospitais, mas não encontraram nenhuma pista de onde Luana possa estar.

A tia de Luana disse ainda, que chegou a procurar a mãe do rapaz para saber o paradeiro dele, mas foi recebida de forma ofensiva. “A mãe dele disse que ele não tinha nada a ver com isso, que era casado e tinha filhos. A minha sobrinha pode ter arrumado algum emprego, mas não teria motivo para não entrar em contato. No ano passado uma conhecida disse que a viu no shopping com uma mulher mais velha. As duas estavam apressadas e pareciam desconfiadas” relatou Teresinha.

De acordo com um policial da divisão anti-sequestro a família de Luana chegou a pedir orientação acerca do caso. No entanto, ele informou que a divisão atua segundo o Artigo 148 do Código Penal Brasileiro, que se refere a privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado e ainda, ao 159, caracterizado por extorsão mediante sequestro.

“Como ela entrou em contato com a família e não houve o pedido de resgate o caso não se caracteriza como sequestro, mas chegamos a fazer um levantamento sobre o desaparecimento. É na Polícia Federal que existe um setor responsável em investigar o tráfico de pessoas, que são levadas, inclusive, por redes de prostituição”, informou.