Com alagoasweb // jobison barros e paula mota
Representantes das Associações do Transporte complementar de Alagoas reuniram-se, na tarde desta terça-feira (30), na Assembleia Legislativa (ALE), com o objetivo de reivindicar critérios pautados no edital do processo licitatório de regulamentação do exercício do transporte alternativo no Estado, o qual deve ser colocado em votação dentro dos próximos dias.
Os requisitos criados pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) geraram revolta, desespero e indignação em motoristas que transportam usuários de cidades, como Branquinha, União dos Palmares, São José da Laje e Murici.
O presidente da Associação dos Taxistas de União dos Palmares, Ailton Tenório, adiantou que a preocupação em se legalizar o transporte alternativo é correta, mas não da maneira como os critérios vêm sendo apresentados no edital. “A situação chegou ao ponto em que tivemos de nos deslocar até a Assembleia, para ver se os deputados se sensibilizam, já que o problema é grande e atinge a todos os taxistas, sejam eles novos ou antigos, como eu, que estou há 15 anos no ramo”.
Segundo Ailton, o edital traz requisitos que se apresentam incompatíveis com o trabalho desempenhado pelos trabalhadores, além de contrariar a realidade vigente. “Nós não concordamos com nada do que fala este edital, já que eles [técnicos da Arsal], por exemplo, colocaram que a passagem de dois reais tem que mudar para quatro. Isso não se justifica, é desumano. Poucos vão querer pagar uma passagem desta”, alegou Tenório.
Além do aumento no preço da passagem, o edital ainda preconiza que o percurso de Branquinha a União corresponde a 47 km, informação esta criticada pelo presidente Ailton Tenório. “Todos os motoristas e passageiros sabem que o caminho de uma cidade a outra é de 13 km”, disse ele.
Os taxistas ainda se surpreenderam em meio a uma determinação do edital que versa a respeito das vans. “Os veículos devem ser zero quilômetro, mas eu sou pai de cinco filhos, já vivo em uma situação complicada e não tenho condição alguma de comprar um carro zero”, alegou Ailton, comentando que acabara de financiar um carro usado por quatro anos, quitando, até o momento, três prestações”.
“O edital foi feito para beneficiar empresas e colocar pessoas laranjas no lugar. Se estes critérios forem aprovados, vai haver guerra em Alagoas!”, exclamou Tenório, referindo-se, ainda, aos colegas que exercem a função há mais de 30 anos e "não mereciam passar por um sofrimento como este”.