Com gazetaweb // bruno soriano
Uma operação desencadeada nessa terça-feira (09) no município de Santana do Ipanema, distante 204 quilômetros de Maceió, resultou na prisão de quatro pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de venda ilegal de lotes e residências em várias cidades do interior do Estado. Entre as pessoas detidas já no início da manhã desta quarta (10) estão arquiteto e filho, além de uma corretora de imóveis e do proprietário de um a construtora. Uma pessoa ainda se encontra foragida – segundo a polícia, ela estaria no estado do Ceará.
De acordo com Rodrigo Cavalcante, delegado regional de Santana do Ipanema, que coordenou a operação, os acusados vinham sendo investigados há cerca de cinco meses, a partir de denúncia da Prefeitura daquele município. Cerca de 50 famílias teriam sido lesadas, sendo que, até a tarde desta quarta, apenas 16 pessoas procuraram a polícia para formalizar queixa. O prejuízo teria alcançado algo em torno de R$ 300 mil.
“Nós solicitamos a prisão temporária dos envolvidos, além dos mandados de busca e apreensão, expedidos pela juíza da Comarca de Santana, Francisca Almeida. Todos foram detidos em suas residências no início da manhã e não ofereceram resistência”, comentou o delegado, que atuou conjuntamente com o promotor do município, Luiz Tenório.
Ele acrescentou que os acusados exigiam sinal para a compra do imóvel e, posteriormente, não mais eram localizados, já que as empresas envolvidas no esquema – a Romão Engenharia e Incorporação Ltda, e a Serviços, Engenharia e Construção Ltda (Senco) – não possuíam sede própria.
Segundo a polícia, os responsáveis divulgavam endereços fictícios. “Eles também atuavam nos municípios de Olivença e Olho D’água das Flores, ambos no Sertão, tendo iniciado o esquema mais recentemente em Coruripe”, emendou Rodrigo Cavalcante, informando ainda que todos os acusados foram encaminhados à Regional de Santana do Ipanema, onde prestaram depoimento.
Foram presos o arquiteto Flávio Nobre, além de seu filho, Flávio Nobre Júnior, que trabalhava no setor administrativo de uma das empresas envolvidas. Também foram detidos Rogério Lopes Romão, proprietário da Romão Engenharia, e Ellen Araújo de Oliveira, que é corretora de imóveis. A única pessoa que ainda não encontrada pela polícia é Simone Lopes Romão, também da Romão Engenharia.
“Eles exigiam o pagamento de cerca de três mil reais antecipado, mas os clientes não viam a execução das obras prometidas, a exemplo da construção de um conjunto residencial em Santana”, complementou o delegado do caso, acrescentando que todos os acusados - que não tinham autorização do setor de habitação da Caixa Econômica Federal, bem como de órgãos como o Conselho Regional de Corretores de Imóveis - deverão responder por formação de quadrilha, estelionato e falsificação de documentos.