Com alagoas24horas // cláudia galvão
Estão previstos para esta terça-feira, dia 2, os depoimentos dos três religiosos, dois monsenhores e um padre, acusados de abusar sexualmente de corinhas na cidade de Arapiraca, que se configurou como um dos maiores escândalos sexuais da Igreja Católica em Alagoas. O episódio atraiu a atenção da mídia nacional e até do Vaticano, que enviou representante para acompanhar as audiências na justiça comum.
Uma investigação religiosa também está em andamento, mas a Igreja não fornece dados sobre o processo, que segue em sigilo. A única medida adotada contra os padres, até o momento, foi o afastamento das funções religiosas, o que na prática atingiu apenas o monsenhor Raimundo Gomes e o padre Edílson Duarte, uma vez que o monsenhor Luis Marques já estava aposentado das suas funções eclesiásticas.
Desde o início das audiências com o juiz João Azevedo Lessa, da 1ª Vara da Infância e da Juventude, o clima é de expectativa entre a comunidade católica e os familiares das supostas vítimas. Ao todo, mais de 20 testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas pelo juiz. Na chegada ao Fórum de Arapiraca foi possível observar manifestações de apoio aos religiosos.
A investigação da Polícia Civil aponta que os jovens - hoje com mais de 20 anos – teriam sido molestados quando ainda eram crianças pelos religiosos. A defesa, no entanto, alega que o relacionamento se deu entre pessoas adultas e o sexo seria consensual.
Os religiosos adotaram uma postura silenciosa diante da imprensa. A novidade nos depoimentos foi a negativa de autoria do padre Edílson Duarte, até então o único réu confesso. Na audiência de hoje estão previstos o depoimento dos religiosos e da delegada.
A sentença, no entanto, só deverá ser arbitrada em setembro.