25/10/2025 14:42:50

31/07/2011 15:06:48

Caso Jhonny Wilter: ‘O júri matou o meu filho pela segunda vez’

Caso Jhonny Wilter: ‘O júri matou o meu filho pela segunda vez’
Familia Johnny Witter

Com gazetaweb // jobison barros

 

Três anos, dois meses e 25 dias após o crime, o cenário foi exatamente este: de um lado, parentes, amigos e colegas de farda de um capitão acusado de matar o estudante Johnny Wilter da Silva Pino, 21 anos; do outro, a dor, a revolta e a sede de justiça de familiares e estudantes; e, sentado no banco dos réus, o militar Eduardo Alex da Silva Lima, compenetrado durante o julgamento que poderia mudar de vez sua vida.

Os pais de Johnny, José Cícero Pino de Souza e Maria Cícera da Silva Pino, e o único irmão, Jhonathan Pino, conversaram com a reportagem da Gazetaweb sobre os meses que antecederam ao júri popular, as marcas deixadas pelo estudante do 3º período de geografia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a persistência da família em manter-se presente no processo judicial, buscando algo que, para eles, ainda não foi conquistado: a Justiça.

“A maior parte das pessoas tem aquele sentimento de impunidade e acha que não vai dar certo lutar por aquele direito. Muitos não acreditavam que aquela hora chegaria, porque, simplesmente, o acusado era um capitão da Polícia Militar, mas lutamos até o último instante. Não considero o julgamento uma vitória, pois a Justiça não foi feita de fato. O júri decidiu por uma pena de dois anos e oito meses, voltada a serviço comunitário e palestras antidrogas. Ou seja, o militar foi agraciado, recebeu um presente”, desabafou Jhonathan.

Para a mãe de Johnny, o júri não compreendeu a aflição dos parentes, cuja “perda foi trágica”. “A justiça agiu corretamente e o único que errou foi o corpo de jurados. O que esses homens adultos, pais de família, têm no coração? Se eles têm filhos, não os amam e não se colocaram em nosso lugar. Como todo mundo sabe, são pessoas que representam a sociedade, homens e mulheres de bem, mas causaram um desastre”, comentou Cícera.

Três anos, dois meses e 25 dias após o crime, o cenário foi exatamente este: de um lado, parentes, amigos e colegas de farda de um capitão acusado de matar o estudante Johnny Wilter da Silva Pino, 21 anos; do outro, a dor, a revolta e a sede de justiça de familiares e estudantes; e, sentado no banco dos réus, o militar Eduardo Alex da Silva Lima, compenetrado durante o julgamento que poderia mudar de vez sua vida.

Os pais de Johnny, José Cícero Pino de Souza e Maria Cícera da Silva Pino, e o único irmão, Jhonathan Pino, conversaram com a reportagem da Gazetaweb sobre os meses que antecederam ao júri popular, as marcas deixadas pelo estudante do 3º período de geografia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a persistência da família em manter-se presente no processo judicial, buscando algo que, para eles, ainda não foi conquistado: a Justiça.

“A maior parte das pessoas tem aquele sentimento de impunidade e acha que não vai dar certo lutar por aquele direito. Muitos não acreditavam que aquela hora chegaria, porque, simplesmente, o acusado era um capitão da Polícia Militar, mas lutamos até o último instante. Não considero o julgamento uma vitória, pois a Justiça não foi feita de fato. O júri decidiu por uma pena de dois anos e oito meses, voltada a serviço comunitário e palestras antidrogas. Ou seja, o militar foi agraciado, recebeu um presente”, desabafou Jhonathan.

Para a mãe de Johnny, o júri não compreendeu a aflição dos parentes, cuja “perda foi trágica”. “A justiça agiu corretamente e o único que errou foi o corpo de jurados. O que esses homens adultos, pais de família, têm no coração? Se eles têm filhos, não os amam e não se colocaram em nosso lugar. Como todo mundo sabe, são pessoas que representam a sociedade, homens e mulheres de bem, mas causaram um desastre”, comentou Cícera.

Três anos, dois meses e 25 dias após o crime, o cenário foi exatamente este: de um lado, parentes, amigos e colegas de farda de um capitão acusado de matar o estudante Johnny Wilter da Silva Pino, 21 anos; do outro, a dor, a revolta e a sede de justiça de familiares e estudantes; e, sentado no banco dos réus, o militar Eduardo Alex da Silva Lima, compenetrado durante o julgamento que poderia mudar de vez sua vida.

Os pais de Johnny, José Cícero Pino de Souza e Maria Cícera da Silva Pino, e o único irmão, Jhonathan Pino, conversaram com a reportagem da Gazetaweb sobre os meses que antecederam ao júri popular, as marcas deixadas pelo estudante do 3º período de geografia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a persistência da família em manter-se presente no processo judicial, buscando algo que, para eles, ainda não foi conquistado: a Justiça.

“A maior parte das pessoas tem aquele sentimento de impunidade e acha que não vai dar certo lutar por aquele direito. Muitos não acreditavam que aquela hora chegaria, porque, simplesmente, o acusado era um capitão da Polícia Militar, mas lutamos até o último instante. Não considero o julgamento uma vitória, pois a Justiça não foi feita de fato. O júri decidiu por uma pena de dois anos e oito meses, voltada a serviço comunitário e palestras antidrogas. Ou seja, o militar foi agraciado, recebeu um presente”, desabafou Jhonathan.

Para a mãe de Johnny, o júri não compreendeu a aflição dos parentes, cuja “perda foi trágica”. “A justiça agiu corretamente e o único que errou foi o corpo de jurados. O que esses homens adultos, pais de família, têm no coração? Se eles têm filhos, não os amam e não se colocaram em nosso lugar. Como todo mundo sabe, são pessoas que representam a sociedade, homens e mulheres de bem, mas causaram um desastre”, comentou Cícera.

A vocação de mãe fez Maria Cícera batalhar, junto com seu esposo, por uma maior atenção de órgãos governamentais. “Eu acompanhava tanto o processo, que a advogada ficava sabendo das coisas depois de mim. Nem a polícia, nem OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], nem direitos humanos deram a mínima assistência. Quando Johnny morreu, em 2005, Gilberto Irineu estava na Catedral, na Missa pela Paz, viu que a gente estava com faixas trazendo a foto dele e não fez nada”, acrescentou a mãe do estudante morto.

Ao ser questionada sobre as marcas que ficaram na vida da família, Cícera respondeu com firmeza. “Revolta e insegurança, pois o júri matou meu filho, dando pouco valor à vida dele. Meu Johnny morreu duas vezes: a primeira morte, causada pelo capitão, e a segunda, por pessoas da sociedade. Se o policial tivesse chegado e pedido perdão, pelo menos, mas ele foi muito cínico”.

“Muita gente pede para termos força e, ao mesmo tempo, nos conformarmos, mas só sabe quem viveu na pele, quem foi mãe e quem se doou durante a vida inteira por um filho”, afirmou a mãe do estudante, que foi interrompida por Jhonathan. “Quando as famílias deixam de lutar, acabam matando o seu ente querido e não dão o devido valor que essa pessoa teve na sua vida”.

O SENTIMENTO DE PERDA

“Eu sempre friso que meu sentimento por ele [Johnny] não era só de pai, mas de irmão, companheiro, amigo. A sua ausência é forte ainda, pois ele era apegado a mim, no sentido de se preocupar, cuidar de mim, até telefonar quando eu estava viajando a trabalho e dizer ‘pai, onde você está?’”, contou o representante comercial Cícero Pino, que não se conteve e chorou.

No decorrer da entrevista, a mãe de Jonnhy lembrou da infância e adolescência do filho, quando ele costumava conversar com os vizinhos, sentado em uma calçada do condomínio. Rapidamente, ela olhou para a janela do apartamento e disse: “Johnny ficava lá embaixo, com os colegas, batendo papo naquelas brincadeiras sadias e eu observando daqui. Jamais tive problemas com ele. Ele era um menino esperto, sonhador, que estava batalhando por um estágio. Além disso, era bastante protetor; inclusive, na semana passada, uma professora dele me disse que, quando era pequeno, ele cuidava do irmão, ficava sempre observando, mesmo o Jhonathan sendo mais velho”.

Com um semblante pensativo, Jhonathan recordou que a diversão do irmão era jogar bola na quadra do condomínio onde morava, no Tabuleiro do Martins. “Quando eu desço e vejo aqueles vizinhos com quem ele andava por aqui jogando bola, na quadra, lembro-me; quando vou a União dos Palmares, que observo os colegas de sua época conversando sem ele, me causa uma tristeza por dentro. Mas o que marca mesmo é ver aquela cadeira vazia do curso de Geografia na universidade”.

25 de maio de 2008

Maria Cícera Pino relata que o filho mais velho estava em São Paulo, os pais em União dos Palmares e Jhonny Wilter sozinho no apartamento, em Maceió. Era uma noite de domingo fria e chuvosa. “Nós estávamos na missa de 30º dia do meu cunhado, em União, quando recebemos um telefonema do tio de Jhonny, dizendo que ele tinha levado um tiro; depois liga meu sobrinho e disse que ele estava fazendo uma cirurgia, só para disfarçar. Quando cheguei aqui em Maceió, pude constatar a morte do meu menino. Foi muito duro saber que meu filho tinha sido assassinado”.

Ela lembrou que Jhonny não queria sair naquele dia, porém, devido à insistência de Marcos Brandão - o amigo que conduzia a moto na hora do assassinato - o jovem decidiu ir para uma festa no Benedito Bentes. “Na volta da festa, meu filho não percebeu que era uma blitz e eles passaram. Quando ouviu um tiro, Jhonny gritou: ‘pisa, que é bandido’, mas foi baleado logo depois”.

FALTA DE APOIO

Os pais da vítima chegaram a criticar a falta de assistência do amigo de Jhonny, Marcos Brandão. “A família e ele são covardes. Em nenhum momento, procuraram a gente; ao contrário, nós é que procuramos, mas desligavam até o telefone. O que os pais do Marcos não entenderam é que meu filho serviu de escudo para o filho deles, já que estava na garupa da moto e foi atingido”.

Segundo Jhonathan, em nenhum momento, o procedimento de Marcos foi inserido no processo, visto que o jovem era inabilitado e escapou da blitz. “Isso foi dito pelo capitão, em depoimento, e Marcos se acovardou da situação”, confirmou o irmão.

A família garantiu que recorrerá da sentença, considerando que a pena de Eduardo Alex da Silva foi excessivamente branda. “Devemos lutar sempre, porque o que desejamos não é vingança, mas sim, justiça. Queremos deixar bem claro que a quantia de R$ 50 mil não paga a vida do meu filho”, salientou Cícero Pino.