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Alagoas
18/07/2011 22:16:49

Ampal realiza ato em defesa de promotora

Ampal realiza ato em defesa de promotora
Protesto dos Promotores de Alagoas

Com almanaquealagoas // ricardo rodrigues

 

A Associação do Ministério Público de Alagoas (AMPAL) realizou nesta segunda-feira pela manhã, na Escola Judith Paiva, em Rio Largo, um ato de apoio à promotora de Justiça Amélia Adriana de Carvalho Campelo, que vem sofrendo frequentes agressões morais por conta do seu trabalho contra a corrupção e a improbidade administrativa naquele município.

De acordo com a presidente da Ampal, Adilza Inácio de Freitas, fatos desta natureza estão ocorrendo sistematicamente com outros membros do Ministério Público, que igualmente vem combatendo a improbidade administrativa, denotando assim o claro objetivo de tentar inibir e enfraquecer a Instituição Ministerial.

“No entanto, deixamos claro com esse ato e com o apoio que recebemos da sociedade civil que não vamos nos intimidar. Muito pelo contrário, vamos continuar denunciando as mazelas nos municípios do nosso Estado, porque esse é o nosso papel, essa é a nossa missão e é o que a sociedade espera de nós, promotores e procuradores de Justiça”, afirmou Adilza.

Durante o ato de desagravo, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, disse que o Ministério Público Estadual vai procurar os meios necessários para representar criminalmente aqueles que estejam tentando denegrir a imagem da promotora, com a publicação de denúncias inverídicas e matérias tendenciosas na imprensa local.

“Não adianta querer nos intimidar, querer deputar os fatos, utilizando-se de determinados veículos da imprensa para plantar matérias inverídicas e denúncias sem comprovação. Nós estamos unidos e mais do que nunca temos o apoio da sociedade para seguirmos em frente no combate à corrupção e à improbidade administrativa”, enfatizou o procurador-geral.

Eduardo Tavares destacou o trabalho exemplar da promotora Amélia Campelo, em Rio Largo. Além disso, o procurador-geral fez questão de repudiar todas as mentiras assacadas contra promotora, que estaria sofrendo uma campanha difamatória promovida por pessoas incomodadas com sua atuação no município.

.: Ameaças de morte

Segundo o promotor de Justiça José Carlos Silva Castro, coordenador do Núcleo de Patrimônio do MPE, a promotora Amélia Campelo já foi ameaçada de morte duas vezes por conta do seu trabalho no combate à corrupção em Rio Largo. “Esse é um fato grave que merece ser apurado, mas nem por isso iremos nos intimidar ou fugir dessa luta”, afirmou Castro.

Castro fez um histórico da atuação da promotora no município e fez questão de salientar que em nenhum momento sequer Amélia Campelo cometeu um só erro, por ação ou omissão, que comprometesse a atuação do MPE em Rio Largo. “Muito pelo contrário, somos testemunhas das ações impetradas pela promotora Amélia, em defesa da moralidade e da aplicação correta dos recursos públicos, desde a sua chegada em Rio Largo.

Para José Carlos Castro, essa campanha difamatória contra a promotora não tem respaldo na sociedade civil organizada e muito menos entre os membros da magistratura, mas precisa ser repudia a altura, para não restar dúvidas quanto à idoneidade moral da acusada, “que sempre honrou a instituição a que pertence”.

De acordo com Castro, a campanha difamatória contra a promotora Amélia tem sido feita pelo empresário Kleber Malaquias e um advogado – cujo nome não foi revelado – que estaria provendo essas denúncias porque teve interesses contrariados. “Esse advogado está por trás dessa campanha porque teve um contrato de prestação de serviço, firmado sem licitação com a prefeitura de Rio Largo, cancelado por um das ações movidas pela promotora, em nome do Ministério Público Estadual”, acrescentou Castro.

Em entrevista à imprensa, Malaquias acusa o prefeito de Rio Largo, Toninho Lins (PSB), de várias irregularidades e de ser o mandante de uma surra que ele teria lavado em Rio Largo. Por meio da sua assessoria, o prefeito negou as acusações e disse que já tomou as medidas cabíveis para processar Kléber por calúnia, injúria e difamação. ,

Kleber Malaquias - que é dono de uma locadora de carro e foi preso na campanha de 2008 acusado de crime eleitoral, quando fazia campanha para o atual prefeito – acusa a promotora Amélia Campelo de omissão com relação às suas denúncias. No entanto, a própria promotora desmentiu o empresário, garantindo que foi aberto procedimento investigatório para apurar denúncia contra a gestão do atual de Toninho Lins.

.: Solidariedade

Além de mais de 80 integrantes do MPE que estiveram em Rio Largo para se solidarizar com a promotora, Amélia Campelo recebeu a solidariedade de representantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público de Contas, da Associação dos Magistrados de Alagoas (Almagis), da ordem dos Advogados do Brasil (OAM/AL), do Fórum de Combate a Corrupção em Alagoas (Focco/AL), de diversas entidades da sociedade civil organizada e dos conselhos de controle social.

“Tornou-se fato corriqueiro membros do Ministério Público envolvidos com o combate à corrupção serem alvo de campanhas sórdidas como essa contra promotora Amélia Campelo. Precisamos, pois, proteger e fortalecer as instituições que têm a honrosa missão de defender o Patrimônio Público, bem de todos os cidadãos brasileiros, para que seus membros não sucumbam ao medo, nem se sintam sós e não se convençam de que não vale a pena agir”, afirmou o coordenador do Focco/AL, promotor Ubirajara Ramos, que não pode comparecer ao ato, mas estava representado por vários integrantes do Focco/AL.