Com alagoas24horas // danielle silva
Funcionários do nível médio e superior do Hospital do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas deflagraram greve por tempo indeterminado. Profissionais ligados ao Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal) e sindicato de auxiliares e técnicos de Alagoas decidiram em assembleia cruzar os braços após três meses de salários atrasados. Pelo menos 80% dos trabalhadores aderiram à paralisação.
Segundo o presidente do Sateal, Mário Jorge, apenas 30% dos serviços serão mantidos no hospital, conforme prevê a legislação. Os serviços de urgência e emergência também estarão garantidos. “Os internos receberão total assistência das equipes e setores como a nefrologia continuarão funcionando com efetivo reduzido.No entanto, o atendimento ambulatorial e exames eletivos estão suspensos”, explicou o sindicalista.
Os funcionários permanecerão durante todo o dia na porta do hospital para chamar a atenção das autoridades competentes para o atraso dos salários, que representam apenas parte da crise vivenciada pelo hospital há algum tempo.
Os funcionários reclamam da falta de estrutura, deficiência nos serviços básicos, falta de medicamentos e desorganização dos setores. Para quem depende dos serviços do hospital, a greve não é uma novidade. “Esta não foi a primeira greve, nem será a última. Enquanto não transformarem este hospital em um lugar para salvar pacientes, a crise não será resolvida”, disse um paciente do setor de nefrologia.
Em entrevista ao Alagoas24Horas o presidente Mário Jorge denunciou mais um problema sério decorrente da crise financeira do hospital. Sem receber há alguns meses, uma empresa responsável pelo recolhimento e tratamento do lixo hospitalar deixou de realizar o serviço. Enquanto isso, o lixo se acumula em contêineres e em um terreno localizado nos fundos do hospital, próximo á residências.
“O lixo hospitalar está acumulado no local há muito tempo, já que a empresa não está recebendo para recolher. Além do mau cheiro, da sujeira, da proliferação de mosquitos, ainda tem o chorume correndo a céu aberto. As pessoas estão correndo risco de contrair doenças e ninguém faz nada”, desabafa Mário Jorge.