Afundado em dívidas, Hospital do Açúcar vive crise

Uma dívida avaliada em mais R$ 750 mil com um fornecedor de gás industrial, atraso de salários dos servidores, bloqueio das contas e um pedido de intervenção, o Hospital do Açúcar, um dos maiores do Estado, vive uma grave crise em sua gestão.

O bloqueio das contas do Hospital do Açúcar foi concedido pela Justiça através da juíza da 1ª Vara Cível da Capital, Luciana Josué Raposo Lima Dias, que acatou o pedido da empresa de gás industrial White Martins, que cobra R$ 341.480,25 pelo fornecimento do produto. Outro débito da mesma empresa, porém mais antigo, no valor de R$ 404.068,74, também encontra-se em execução na Justiça.

Além dessa dívida de mais de R$ 750 mil, a unidade hospitalar está com uma folha salarial dos servidores atrasada e sob ameaça de intervenção, pedido que foi protocolado, na semana passada, no Ministério Público do Trabalho (MPT) pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no Estado de Alagoas (Sateal).

O presidente do Sateal acusa a atual direção do Hospital do Açúcar de omissão diante das dificuldades financeiras e que essa postura vem comprometendo o atendimento ao público devido à insatisfação de fornecedores e servidores.

“O pedido de intervenção foi solicitado porque os gestores do Hospital devem a fornecedores e funcionários. Só com a empresa de fornecimento de gases industriais o hospital possui uma dívida de mais de R$ 700 mil. Eles alegam que a dívida não é paga, mesmo após acordo na Justiça, devido o cumprimento da folha salarial dos servidores. Entretanto, os salários estão com dois meses de atraso”, justificou o presidente do Sateal, Mário Jorge Filho.

DIREÇÃO – Com a crise financeira instalada, o diretor presidente do hospital, Edgar Antunes, nega a falta de compromisso com servidores e fornecedores e disse à reportagem do Tudo na Hora, através da assessoria de comunicação, que a equipe jurídica do da empresa já recorreu da decisão judicial para tentar desbloquear as contas do complexo de saúde, e que agora os gestores apenas aguardam o resultado da liminar.

Quanto ao pedido de intervenção feito ao MPT pelo Sindicato de servidores técnicos e os atrasos de salários, Antunes argumentou que, até o momento, não recebeu nenhuma notificação e que a folha salarial em atraso já começou a ser paga; ficando pendentes  os vencimentos de alguns servidores, que receberão o mês de maio à medida que os convênios fizerem o repasse de dinheiro para o Hospital do Açúcar.