Com alagoasweb // wanessa oliveira
Termina no próximo dia 5 o prazo para entrega do inquérito sobre o assassinato da universitária Giovanna Tenório. Contrariando as especulações de uma possível prisão dos principais suspeitos, o empresário Antônio Bandeira e sua esposa Mirella Granconato sequer foram convocados para depoimento, de acordo com o advogado do casal, Raimundo Palmeira.
Palmeira defende que a ausência de intimação pode significar o surgimento de uma nova linha de investigação. “Faltam quatro dias e, até o momento, eles não foram chamados. Estamos contando com o fato de que a Polícia Civil está, de fato, encontrando novos fatos que levem a outra linha”, relata. Segundo o advogado, o casal prefere não falar à imprensa até o resultado do inquérito. “Eles ficaram abalados após a entrevista coletiva concedida, que teve o efeito contrário ao esperado. A população distorceu muito”, alega.
Para o advogado Welton Roberto, contratado pela família de Giovanna como assistente de acusação, o fato de que o casal não foi chamado pela Polícia é recebido com estranheza. “Amanhã devo me reunir com o [diretor geral da Polícia Civil] Marcílio Barenco, para saber o que está havendo, ou se a Polícia precisa de mais informações. A família de Giovanna já prestou depoimento e está disposta a ajudar no que for necessário”, acrescenta.
Para Welton Roberto, não há muitas chances de haver novas linhas de investigação. “Para a família, não há nada obscuro. A única inimizade que a Giovanna teve em toda a sua vida foi a esposa de Antônio”, reforça.
A estudante de fisioterapia Giovanna Tenório, encontrada morta no dia 6 de junho em um Canavial em Rio Largo, após ter desaparecido quatro dias antes. Perícia efetuada pelo Instituto de Criminalística revelou que a jovem de 23 anos foi assassinada por enforcamento com um cordão de náilon.
Antônio e Mirella foram apontados como suspeitos, após uma série de fatos que expuseram o envolvimento da vítima com o empresário. Durante entrevista coletiva, Tony, como é chamado, afirmou que o relacionamento com Giovanna teria terminado ainda no ano passado.
As suspeitas foram reforçadas após ser encontrado o aparelho celular de Giovanna, contendo várias ameaças feitas do celular Mirella, além de contradições entre as afirmações do casal à imprensa e o depoimento de testemunhas, especialmente no que se refere ao último contato da estudante com o suspeito. Uma testemunha relatou ter visto a universitária pela última vez entrando em um veículo de cor preta.
A reportagem da Gazetaweb tentou entrar em contato com o delegado Francisco Amorim Terceiro, responsável pela investigação, mas não obteve êxito. Segundo a Polícia Civil, o processo continua em sigilo para não atrapalhar as investigações.