O consumo das famílias brasileiras está crescendo, mas não no ritmo vigoroso observado ao longo de 2010. A alta nos gastos das famílias cresceu apenas 0,6% entre os meses de janeiro a março, na comparação com o 2,3% dos meses de outubro a dezembro, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (03) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar de ter recuado, este é o 30º crescimento consecutivo, resultado obtido graças ao aumento da renda dos brasileiros, que fez com que a população adquirisse mais bens e movimentasse a economia. Os gastos das famílias brasileiras representam 60,6% do PIB do país (Produto Interno Bruto), que corresponde à geração de toda a riqueza produzida no Brasil.
Além disso, a gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, aponta também tem a influencia a maior quantidade de crédito disponível, embora o Banco Central tenha implantado medidas para conter a expansão de empréstimos.
- Houve desaceleração no consumo das famílias brasileiras, influenciado pelas medidas do governo de aumento das exigências de crédito. Também teve o efeito da desaceleração da massa salarial, que também afetou a demanda [procura].
O crescimento do salário dos brasileiros – descontada a inflação – foi de 5.9% no 1º trimestre de 2011, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Embora ainda se reflita de forma tímida, a economista explica que a inflação e a alta dos juros explicam parte dessa procura menor, mas os efeitos só serão sentidos de fato no 2º trimestre de 2011. Para efeito de comparação, a taxa de juros entre os meses de janeiro a março ficou em 11,2% a.a, acima dos 8,6% de janeiro a março de 2010.
Por sua vez, a inflação corrói indiretamente a renda do trabalhador, por que vai diminuir o poder de compra do brasileiro e consequentemente, afetar o consumo.
Vale apontar também que as despesas de consumo da administração pública cresceram 0,8% no primeiro trimestre de 2011, quando comparado a janeiro e março do ano passado.
Quase R$ 1 trilhão em três meses
O PIB cresceu em 12 meses 6,2%. Já na comparação com o 4º trimestre do ano passado, o avanço foi de 1,3% no primeiro com o impulso dado pelo desempenho do setor agrícola (alta de 3,3%) – seguido de indústria (com 2,2%) e serviços (com 1,1%). O resultado veio em linha com o que esperavam os especialistas.