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Os servidores públicos estaduais em greve ou em processo de negociação salarial estão convocando para amanhã (1º) uma grande mobilização no centro de Maceió. Eles tentam pressionar o Governo a reabrir a negociação por categorias. O Governo já informou que está no limite da capacidade financeira e que não concederá, neste momento, reajuste diferenciado e espera que até amanhã os servidores decidam se aceitam a oferta de 7% de reajuste.
O secretário de Estado da Administração Pública, Alexandre Lages, informou na manhã desta terça-feira (31) que o Estado espera para hoje ou amanhã a resposta dos servidores à proposta de 7% de reajuste linear. “Não podemos esperar indefinidamente. Se não houver nenhuma sinalização dos servidores, o Governo vai enviar à Assembleia Legislativa a implantação dos 5,91¨%”, afirma.
Alexandre Lages disse que o Governo vai cumprir a política salarial implantada em março, em atendimento a antiga demanda dos servidores e não fará concessões nesse momento a nenhuma das categorias, com as quais, segundo ele, o Governo já negociou pontualmente. “O diálogo nunca foi suspenso. Recebemos representantes de todas as categorias de servidores que nos procuraram para negociar, conforme determinação do governador Teotonio Vilela”.
Lages informou que embora não possa avançar além dos 5,91% ou 7%, o Estado continua analisando as demandas de cada categoria, que deverão ser atendidas, à medida que houver capacidade de pagamento. “É importante frisar que de janeiro de 2007 a dezembro de 2010, a folha salarial do Estado de Alagoas subiu de R$ 109 milhões para R$ 163 milhões, um crescimento de 48%. Algumas categorias, como a PM, obtiveram 70% de acréscimo em seus salários e os policiais civis, por exemplo, 33%. A negociação pontual beneficiou determinadas categorias, enquanto 13 mil servidores dos níveis elementares e médio ficaram sem nenhum reajuste”, afirmou Alexandre Lages.
Ele exlicou que a implantação da política salarial linear, atendendo a todas as categorias de servidores, foi a forma que o Governo encontrou para reduzir o abismo salarial entre as categorias com maior poder de mobilização e os demais servidores. “Havia uma tendência a aumentar essas disparidades e a política salarial chega justamente para corrigir minimamente essa distorção”, afirmou.
Sobre as greves e paralisações que afetam, neste momento os policiais civis, professores e servidores da Adeal, o secretário pediu a compreensão e disse que está na hora também de chamar os servidores e sindicatos à responsabilidade quanto à eficiência dos serviços públicos. “Tenho documento da CUT do Ceará que me mostra que os professores de Alagoas recebem o segundo salário do Nordeste, abaixo apenas do Maranhão. Considerando que estes são os dois estados com os piores indicadores educacionais no Brasil, não é de se observar uma disparidade nessa relação? O Sinteal precisa entender que tem também uma responsabilidade com a qualidade do trabalho dos servidores que representa”, argumenta Alexandre Lages.
Ele disse que o Governo não fechou a porta ao diálogo e que as demandas pontuais serão analisadas e cumpridas, à medida que aumente a capacidade de pagamento do Estado. Estamos pagando o piso nacional dos professores e negociando a implantação do Plano de Cargos e Carreiras dos Professores, que vai impactar a folha de pagamento em R$ 1,2 milhão. É justo, então, que o pai de família que cumpre com suas obrigações veja os filhos prejudicados em sua educação, quando os professores são pagos em dia para dar aula?”, questionou o secretário.