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Alagoas ganhará uma nova ferramenta na prevenção de desastres naturais na próxima semana. A Sala de Monitoramento Hidrológico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) será inaugurada, na próxima quarta-feira (20), às 10h, na sede do órgão ambiental. O modelo é pioneiro e será interligado à Agência Nacional de Águas (ANA) que oferecerá dados sobre chuvas e nível dos rios em tempo real.
A Sala de Situação é fruto do Acordo de Cooperação com a ANA, que já investiu mais de R$ 2 milhões em Alagoas para estruturação da rede de monitoramento hidrometeorológico. O valor é inicial e durante os próximos anos, a Semarh receberá novos equipamentos para aprimorar o sistema e obter dados ainda mais precisos que atuarão na prevenção de desastres naturais no Estado, seja com o mapeamento de áreas de risco ou com a definição dos limites de enchentes dos rios.
O sistema é pioneiro no Brasil, já que a Sala de Situação de Alagoas será a primeira interligada com a Agência Nacional de Águas. A instituição federal, inclusive, afirmou que a rede alagoana montada em cooperação com a Semarh servirá de referência para os outros estados que ainda estão em fase de recebimento de equipamentos ou em construção dos locais que abrigarão a sala.
As análises são chamadas de hidrometeorológicas, que envolvem a parte de meteorologia, com o diagnóstico de chuva, temperatura, ventos e umidade; bem como hidrológica, onde é feita a análise das bacias hidrográficas e dos rios, principalmente no que se refere ao nível e volume de água que estão atingindo.
Dentro da sede da Semarh, foi implantada uma sala devidamente equipada que tem condições de receber informações de diversos meios. A parte meteorológica é desenvolvida pela Diretoria de Meteorologia através da estação, instalada na própria sede da Secretaria, de recepção de imagens do satélite europeu Meteosat-9. Com essas informações, é possível fazer a previsão de chuvas (local, data e intensidade), ventos, temperatura e umidade em todo o Estado, com até cinco dias de antecedência.
Já as informações hidrológicas chegam das estações instaladas em regiões de Pernambuco e Alagoas, que enviarão dados coletados em diversas regiões através de linhas telefônicas ou em locais onde não houver sinal, transmitidos através de satélite. Com as informações coletadas das PCDs, a Diretoria de Meteorologia poderá definir o volume de precipitação das chuvas e o nível dos rios.
No caso do nível dos rios, será possível estimar em quanto tempo o volume de água chegará até as cidades alagoanas, garantindo, assim, agilidade para emissão de alertas. Isso é possível devido à instalação de 4 PCDs em Pernambuco, nos municípios de Brejão, Canhotinho, Correntes e Palmeirinha. A instalação das estações no estado vizinho é necessária, pois também compreende parte das bacias hidrográficas dos rios Paraíba e Mundaú e influenciam diretamente no regime hidrológico da região de Alagoas.
Outras cinco PCDs foram instaladas em Alagoas, nos municípios de União dos Palmares, São José da Laje, Quebrangulo, Viçosa e Atalaia. Uma décima estação está sendo instalada em Rio Largo.
Sistemas como este podem evitar tragédias semelhantes a ocorrida em junho do ano passado, quando municípios alagoanos foram arrasados pelas águas dos rios Mundaú e Paraíba, que subiram em virtude das fortes chuvas que caíram em Alagoas e Pernambuco.