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O governador Teotônio Vilela Filho recebeu, nesta quinta-feira (14), em Palácio República dos Palmares, em Maceió, o reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) Jairo José Campos da Costa para tratar sobre as dificuldades enfrentadas pela instituição de ensino e encaminhar soluções. Pró-reitores e representantes dos alunos, professores e técnico-administrativos acompanharam a reunião. O chefe do Executivo garantiu que vai elaborar uma agenda, junto com sua equipe, para analisar as pautas de reivindicações.
Jairo Campos relatou os problemas estruturais e financeiros da universidade, mas também apontou os projetos executados pela instituição que têm levado educação a minorias do interior de Alagoas, a exemplo do Programa de Licenciatura Indígena, que está graduando 80 professores de aldeias alagoanas. “Queremos aprimorar o ensino público superior porque entendemos a importância da Uneal para o fortalecimento do Estado”, afirmou Jairo Campos.
Entre os entraves ao desenvolvimento da universidade apontados pelo reitor, destacam-se a baixa média obtida no Índice Geral de Cursos (IGC) que inviabilizou a participação no programa Universidade Aberta do Ministério da Educação; a necessidade de criação de cursos de mestrado e doutorado até 2014; políticas de assistência estudantil, baixos salários dos técnico-administrativos, e a realização de concurso para professor efetivo.
A liberação para a realização do concurso público para professor substituto, cujas inscrições estão abertas; a nomeação dos técnicos e aumento salarial dos professores foram citados como pontos positivos. No entanto, o reitor afirmou que para se manter como universidade e atender às determinações do MEC, é necessário melhorar a estrutura e fazer concurso para contratação de, no mínimo, 150 professores efetivos.
A falta de condições da instituição para captar recursos para projetos foi destacada pelo vice-reitor Clébio Correia. Já o professor Luiz Gomes solicitou ao governador a criação do curso de licenciatura em Física na Uneal para formar professores na área a fim de atender a carência de professores da área no ensino público estadual.
O técnico-administrativo Júnior Araújo expôs a necessidade de valorizar os técnicos e pediu ao governador que seja revista a questão salarial da categoria, bem como o Plano de Cargos e Carreiras. O PCC também é uma preocupação compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Professores da Uneal, Washington Viana. “Se não resolvermos a questão do Plano de Cargos e Carreiras, os professores continuarão a deixar a universidade por não haver possibilidades de ascensão”, disse o presidente.
O representante do Diretório Central dos Estudantes da universidade, Daniel Alves, enfatizou que a maioria dos estudantes da instituição é proveniente do campo, por isso existe a necessidade da construção de casa de estudantes e restaurante universitário. “Muitos não vêm por que não têm onde ficar”, afirmou.
Após ouvir os relatos, o governador Teotônio Vilela disse estar sensibilizado com a situação da instituição. “Não vou poder resolver tudo, mas vou criar uma agenda para ver até onde podemos chegar. "Precisamos da Uneal para preparar professores para que estes preparem a nossa juventude,” enfatizou. Teotônio Vilela determinou que os secretários Álvaro Machado, do Gabinete Civil, Rogério Teófilo, da Educação, e Eduardo Setton, da Ciência e Tecnologia, reúnam-se para analisar as pautas da universidade.
Após essa análise, o governador deverá indicar quais soluções serão encaminhadas, conforme disponibilidade do governo estadual.Os deputados estaduais Gilvan Barros (PSDB) e Judson Cabral (PT) compareceram a reunião e defenderam os interesses da universidade junto ao governador.