Com tudonahora // siodney tenório
Depois de um ano violento, em que foram registrados mais de 30 assassinatos de moradores de rua, os primeiros meses de 2011 mantiveram essa triste estatística. Na noite desta terça-feira (14), a polícia registrou o sexto homicídio desta natureza em Maceió. O crime ocorreu no Centro da cidade.
A vítima foi um rapaz identificado como "Estranho". Ele dormia em marquises de lojas nas proximidades da Feira do Passarinho, no Centro. Ele foi baleado quando estava nesta região na noite de ontem, tentou fugir, mas terminou caindo num trecho da rua Melo Moraes, onde morreu antes de receber atendimento médico.
Outros moradores de rua ouvidos pela polícia, no local do crime, contaram que depois dos disparos, três homens foram vistos correndo. No entanto, as testemunhas não passaram maiores características dos possíveis assassinos.
O delegado Robervaldo Davino, de plantão na Central de Polícia, explicou que o nome das testemunhas já foram encaminhados junto com os levantamentos iniciais para a Delegacia do 1º Distrito Polilcial, onde o homicídio será investigado.
Rotina de violência
A morte de Estranho é a sexta de moradores de rua registrada em Maceió em 2011. No dia 21 de fevereiro, um outro morador foi morto com seis tiros na cabeça, no bairro Rosane Collor. No dia anterior, o adolescente Nataniel Iraquitan da Silva, 17, estava dormindo na calçada de um estabelecimento comercial quando foi morto.
Outra vítima morta em fevereiro foi Alexandra Barbosa Aragão, 28, assassinada em um terreno no bairro da Levada. Em janeiro, um morador de rua foi morto na rua presidente Agostinho da Silva Neves, no bairro do Poço.
Apesar da contagem feita pela imprensa, a polícia ainda não se pronunciou sobre o número oficial de mortos, que pode ser ainda maior.
A violência contra moradores de rua levou Alagoas a ficar na mira de organismos internacionais de Direitos Humanos no ano passado. Houve ameaça de sanção por parte das Nações Unidas depois das mais de 30 mortes em 2010. Para tentar evitar esta punição, o governo federal chegou a mandar representantes para pedir celeridade à Polícia Civil nas investigações e até mandou uma força tarefa de Polícia Judiciária para ajudar na apuração dos casos. Apenas alguns casos foram esclarecidos, mas a maioria e a motivação para a série de mortes ainda permanecem sem explicação.