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20/02/2011 20:15:10

Chuva alaga parcialmente alojamento dos desabrigados em Branquinha

Chuva alaga parcialmente alojamento dos desabrigados em Branquinha
Água invadiu as barracas

antonio aragão //

Centenas de moradores do alojamento de lona montado na periferia de Branquinha (a 65 km de Maceió) tiveram suas barracas invadidas pela água da chuva (mesmo de pouca intensidade) que se abateu sobre a região desde o inicio da tarde deste domingo (20), causando danos em roupas, alimentos e utensílios domésticos que estão acomodados no chão por falta de espaço (as barracas só dispõem de dois cômodos).

No local a revolta dos moradores que por força das circunstancias moram em alojamentos impróprios, já que as barracas segundo alegam foram feitas para “camping”, isto é para ser utilizadas quando muito uma vez por semana. “Ser obrigado a morar num local desse é o maior castigo de nossas vidas” disse uma domestica.

Oito meses após a tragédia que se abateu sobre 19 cidades alagoanas e outras em Pernambuco, já há uma visível demonstração da fragilidade e de inadequação dos abrigos para serem utilizadas como residências. As barracas foram doadas através da solidariedade do Rotary Internacional e são chamadas de “box”.

Bastante revoltado o senhor Valdivino disse que trabalhou a vida inteira no campo com sua mulher para fazer um ‘quixosinho’ (casinha pau-a-pique) na beira do rio onde depois de se aposentar esperava morrer. Veio à cheia de junho de 2010 e ele é apenas mais um da lista dos esquecidos pelo Poder Público que ainda não gerenciou mecanismos para o inicio da construção do núcleo para abrigar as famílias que ficaram sem teto no fatídico 19 de junho de 2010.

Exercendo a função de vigilante há 35 anos, Inácio José Frutuoso da Costa divide os dois pequenos cômodos da barraca com a mulher e cinco filhos todos menores. “Eu mostrando onde estou ao senhor não preciso dizer ou reclamar mais nada” disse melancolicamente ao mostrar sua família que se mistura a um fogão, roupas e utensílios domésticos.

Alguns moradores construíram por conta própria complementos de lona interligando as barracas com as dos parentes deixando cordas de sustentação fincadas em tornos no chão que se tornam perigosas para quem circula desavisado na “cidade de lona” cujos banheiros não são químicos e estão praticamente imprestáveis para uso por falta de água para higieniza-los obrigando os moradores a usar os fundos de suas barracas como sanitário a céu aberto. O mau odor no local é insuportável.

Algumas pessoas entenderam o alagamento de algumas barracas como um fato pouco comum, pois o alojamento está a mais de cem metros do nível do rio Mundaú e da cidade. “É como se fosse um aviso” disse uma domestica.

Como nenhuma autoridade foi encontrada na cidade pela reportagem para falar sobre o assunto, se espera para amanhã algumas providencias, já que para se ver livre do alagamento foi os próprios moradores que abriram valas.


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