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Terminou neste sábado (19) o horário de verão, que estava em vigor desde 17 de outubro, há 127 dias. Os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem atrasar seus relógios em uma hora, seguindo a determinação do decreto presidencial número 6.558/2008.
Para o gaúcho José Fernando Conceição, morador de Porto Alegre, o horário de verão não traz qualquer tipo de problema, "nem tem efeitos colaterais”. "O dia fica mais longo, por isso, podemos aproveitar melhor. Também o consumo de energia elétrica em casa diminui". Ele disse ainda que se acostuma facilmente quando tem que adiantar o relógio em uma hora, no mês de setembro ou no de outubro, e não chega a notar diferenças significativas nos seus hábitos.
Mas o capixaba Énio Borges, de Colatina (ES), pensa diferente. "O governo fala em economia de megawatts e de dinheiro, mas o povo não é premiado com nada em consequência disso". Por isso, ele pergunta se as vantagens do horário de verão podem realmente ser comprovadas. E se arrisca a dizer que "tudo é enganação e o povo acredita que é bom". Ênio Borges é aposentado e, para ele, o horário de verão não produz grandes mudanças na rotina. "De qualquer forma não altera tanto, [pois continua acordando cedo] da mesma forma que antes", disse.
O horário de verão, que, este ano, começou no dia 17 de outubro, é adotado sempre nesta época do ano por causa do aumento na demanda por energia, resultante do calor e do crescimento da produção industrial por causa do Natal. Nesse período, os dias têm maior duração por causa da posição da Terra em relação ao Sol, e a luminosidade natural pode ser mais bem aproveitada.
A adoção do horário de verão resultou em uma redução de 4,4% na demanda de energia do horário de pico, nas regiões onde o sistema foi adotado. No ano passado, a diminuição do consumo foi de 4,7%.
Segundo dados preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a economia da geração térmica evitada com a adoção do horário de verão foi estimada em R$ 30 milhões, o que traz como consequência a redução da tarifa de energia elétrica para o consumidor.
A contração total da demanda de energia no horário de pico foi de 2.376 megawatts, sendo 1.821 megawatts no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste e 555 megawatts no Subsistema Sul.
No caso do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a redução equivale a aproximadamente 60% da carga no horário de ponta da cidade do Rio de Janeiro ou a duas vezes a carga no horário de ponta de Brasília. No Sul, representa 60% da carga no horário de ponta de Curitiba.
O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, avalia que as principais consequências da diminuição de demanda são o aumento da segurança e a queda nos custos de operação do Sistema Interligado Nacional.
O horário de verão não é aplicado nas regiões Norte e Nordeste em virtude do ganho considerado pequeno, segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).