Com cadaminuto // gilvan ferreira
Uma suposta tentativa de atentado contra os vereadores de Satuba provocou o receio do retorno da onda de violência na cidade, que teria ocorrido na última quinta-feira (9), o acontecimento trouxe de volta a preocupação da população e de autoridades da cidade com o agravamento da violência política no município. Desde a última quinta-feira, quando os vereadores e funcionários da Câmara Municipal de Satuba foram surpreendidos com a invasão do prédio do Poder Legislativo Municipal, no centro da cidade, e a descoberta de um plano para intimidar um grupo de vereadores.
O Tudo na Hora apurou que na manhã desta quinta-feira, os funcionários da Câmara Municipal ficaram assustados, quando ao chegarem ao prédio da Casa, sentiram um forte odor de gás que tomava conta de todo o prédio da Câmara Municipal. Percebendo o risco de explosão os funcionários comunicaram o fato ao presidente da Câmara Municipal, vereador Bruno Brito (PSDB).
Depois de algumas providências para evitar uma possível explosão, os funcionários entraram no prédio e descobriram que a “chave” do botijão de gás, que tinha sido deslocado da cozinha para outra dependência do prédio tinha sido ligada, causando o vazamento do gás.
O Tudo na Hora tentou ouvir o presidente da Câmara de Satuba, Bruno Brito (PSDB), e o vereador Paulo Acioly, mas os telefones celulares estavam desligados.
O delegado de Satuba, Valdir Soares, confirmou a informação dos funcionários da Câmara Municipal de Satuba, sobre a suposta tentativa de atentado. Valdir Soares afirmou que ao ser comunicado do fato deslocou uma equipe até o prédio da Câmara Municipal, onde foram feitos os primeiros levantamentos no local. Soares alegou que sugeriu ao presidente da Câmara Municipal, Bruno Brito, a possibilidade de acionar uma equipe de peritos para fazer o levantamento e investigar a suposta invasão e os indícios de uma suposta ação criminosa.
Ainda segundo o delegado, o vereador Bruno Brito ficou de analisar a sua sugestão e depois procurá-lo para fazer a denúncia formal e a abertura de inquérito policial para investigar o caso, mas, até a tarde desta sexta-feira(10) nenhum integrante da Câmara Municipal procurou a delegacia para formalizar a denúncia.
“Nós fizemos os procedimentos legais, fomos até o local e constatamos que havia indícios de vazamento de gás no prédio da Câmara. Informamos ao presidente da Câmara Municipal quais os procedimentos que deveriam ser adotados e nos colocamos à disposição para a investigação do caso; o presidente ficou de nos procurar para formalizar a denúncia, mas até agora não tomou essa providência. Estamos aguardando esse procedimento. Apesar de não termos ainda muitos elementos para falar sobre o caso, talvez, caso seja verdade que houve invasão do prédio da Câmara e uma suposta tentativa de provocar uma explosão é provável que alguém tivesse interesse em mandar algum recado para algum vereador ou para um grupo de vereadores. Isso só pode ser comprovado com às investigações”, afirmou Valdir Soares de Carvalho.
Crimes que abalaram Satuba
Nos últimos sete anos, a população de Satuba acompanhou uma série de crimes ligados à política. Em 2003, a morte do professor Paulo Bandeira, que foi executado com vários tiros de pistola e teve o corpo queimado dentro de canavial abalou o Estado e provocou uma comoção nacional. O caso chegou a ser notícia em vários países do mundo. O ex-prefeito de Satuba, Adalberon de Moraes, foi denunciado como mandante do crime. Apesar de acontecido há sete anos, Adalberon de Moraes ainda não foi julgado pelo crime.
Em dezembro de 2008, o assassinato do vice-prefeito eleito de Satuba, Célio Gomes da Silva, o “Célio Barateiro”, executado com 9 tiros de pistola, na porta do supermercado, no centro de Satuba, quatro dias antes da sua posse, trouxe de volta o medo do município ser dominado pela violência política.