Duplo homicídio é registrado em lava-jato no Poço

Com gazetaweb // dulce melo

Dois homens foram assassinados no início da tarde desta quinta-feira (18), em um lava-jato localizado na Rua presidente Agostinho da Silva Neves, no conjunto Santo Eduardo, bairro do Poço, em Maceió. Um deles teria sido morto do lado de fora e outro dentro do estabelecimento.

Um seria o alvo. O outro teria morrido ‘de graça’ e um terceiro escapado por pouco. Ronaldo dos Santos Tavares estaria na mira dos criminosos. José Agemiro morreu porque viu os assassinos e “Índio” sobreviveu porque na hora das execuções estava trabalhando dentro do carro de um cliente.

Ronaldo era, segundo populares, usuário de drogas. Mas, para a mãe, a idosa Antônia Tavares “ele já foi muito danado, mas de quatro anos para cá, virou um santo”, grita a mulher. Tanto ela, quanto o irmão de Agemiro disseram ter tomado conhecimento da tragédia pela televisão.

“Meu Deus, quem fez isso com o meu caçulinha? Ele foi em casa e pedi que ficasse para almoçar, mas disse que precisava trabalhar e não dava tempo. Era a morte chamando meu filhinho”- continuava dona Antônia. Ronaldo trabalhava há quatro anos no lava-jato e Agemiro há mais de 10.

Ao redor dos corpos não havia cápsulas, o que leva o polícia a crer num possível acerto de contas, direcionado a Ronaldo que foi atingido com muitos disparos sendo a maioria na cabeça. Já o amigo de profissão, aparentemente, foi atingido no lado direito, na região das costelas, no abdome (onde as balas ficaram alojadas) e nos braços.

Policiais do 1º Batalhão, também da Delegacia de Homicídios, peritos do Instituto de Criminalística e uma equipe do Médico Legal (IML) estiveram no local para o cumprimento de suas funções.


Banalidade

Na Cambona, José João da Silva, de 48 anos, foi assassinado à traíção (pelas costas) quando se dirigia para casa. Ele trabalhava há mais de 20 anos como carregador no Mercado da Produção.

Josete Rosa da Silva, de 46 anos, disse suspeitar da autoria do crime e aos prantos defendeu a honra do irmão.

"Meu irmão era um homem honesto e sustentava a família com esse trabalho. Nunca teve problema com ninguém, somente com um vizinho por causa de um portão. A audiência ia ser na semana que vem. Era um irmão lá da igreja. Achamos que foi ele. O João era pobre, mas vá agora à casa dele e abra a geladeira, é farta"- desabafa Josete. No carro de mão (instrumento de trabalho)puxado pela vítima havia frutas e verduras que levava para a família.

Vários vizinhos deram declarações positivas a respeito do carregador. "Conhecia o João há mais de quarenta anos e todos os dias ele passava na madrugada rumo ao mercado para trabalhar. Um esposo e um grande pai de família"- disse Antônio Silva. A audiência, a qual se referiu a irmã de João, aconteceria no próximo dia 24.


Mais dois

No conjunto Virgem dos Pobres, mais um homem foi assassinado. No Mirante do Carro Quebrado, na Barra de Santo Antônio, um homem acusado de cometer assaltos a turistas foi morto em troca de tiros com a polícia. Com ele foram encontrados R$ 400, uma máquina fotográfica, um binóculo, além de uma balaclava e um revólver de calibre 38.

O homem- ainda não identificado, não seria morador da região. “Ele ficava no mato com o binóculo esperando os turistas. Hoje foi ao mirante abordou dois turistas e depois de tomar o que tinham exigiu que fossem buscar mais dinheiro. As vítimas saíram e chamaram a polícia. Quando os policiais chegaram ele efetuou disparos, a ação foi revidada e ele acabou morto”- disse um militar.

“A única coisa que sabemos é do trabalho que estava dando há alguns meses. Pelo menos 10 assaltos a turistas ele teria cometido”, disse o tenente Leonardo da 3ª Companhia Independente de Paripueira.

Ilustração Google