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Cinco meses após cheia, moradores de AL permanecem ilhados

Cinco meses após cheia, moradores de AL permanecem ilhados

Com cadaminuto // Fonte G1

Cinco meses depois da cheia dos rios Mundaú e Paraíba, algumas regiões de Alagoas permanecem isoladas. Em junho, a correnteza levou pontes e produtores rurais não tinham como escoar a produção. O tempo passou e pouca coisa foi feita para resolver o problema.

Depois da enchente, 58 pontes ficaram danificadas em Alagoas. Os recursos foram garantidos pelo programa de reconstrução do governo estadual para que o DER executasse as obras. O governo federal avisou que o dinheiro só pode ser investido até 19 de dezembro, mas, até agora, apenas uma ponte ficou pronta e outras oito estão em reformas. Nas demais, nem sinal de obras.

Em Santana do Mundaú, a ponte provisória ainda é o principal acesso de agricultores de uma comunidade até o centro comercial do município. A estrutura é estreita e foi feita de madeira. Só é possível passar de moto ou a pé.

No local da ponte original, que foi arrastada pela enchente, ainda restam os escombros. A cabeceira ficou pendurada, e mesmo assim os moradores arrumaram alternativas para passar. Depois, o local foi aterrado. Bastou chover para a água arrastar tudo de novo.

Em União dos Palmares, o sol ajuda e a lama das estradas foi embora, mas os bancos de areia levados pelo rio dificultam a passagem dos agricultores.Carros passam, mas com dificuldades. Os motociclistas tentam, mas os pneus deslizaram na areia fofa. A ponte não apresenta riscos, mas as cabeceiras precisam de reformas. Elas foram aterradas depois da cheia de forma provisória.

A situação de outra ponte na mesma região é bem diferente. O riacho, agora seco, cobriu o local na época da enchente. A ponte ficou inclinada e com rachaduras. Trezentas famílias dependem dela para chegar à cidade.

Relatório

Na zona rural de União dos Palmares nenhuma obra foi feita depois das enchentes. “Nós entregamos, na semana passada, um relatório ao DER do estado de Alagoas, mostrando a situação por meio de fotografias, para que sejam tomadas medidas cabíveis. Há pessoas ilhadas, pessoas com problemas. O agricultor está sendo penalizado”, disse Cícero Costa, secretário de Agricultura de União dos Palmares.

O DER informou que a recuperação das pontes em União dos Palmares deve começar em dezembro. Quanto às obras que estão em andamento em outros municípios, a previsão é que os trabalhos terminem em janeiro.

A Secretaria de Infraestrutura de Alagoas vai pedir ao Tribunal de Contas da União para prorrogar o prazo para a utilização do dinheiro liberado pelo governo federal para as obras no estado.

Prejuízo

Segundo dados do gabinete de reconstrução montado pelo governo de Alagoas, atualizados em 20 de agosto, mostravam que as chuvas de junho atingiram mais de 268 mil habitantes em 19 municípios, que decretaram situação de calamidade ou estado de emergência. A enxurrada provocou 26 mortes. O prejuízo total foi calculado em R$ 953 milhões.

Na mesma época, municípios de Pernambuco foram atingidos pelas cheias. Nesse estado, as enchentes atingiram quase 100 mil habitantes e provocaram 20 mortes. O valor calculado pelo governo estadual para socorrer as vítimas e reconstruir as áreas atingidas chega a R$ 586 milhões.

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