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12/08/2010 00:00:00

Municipios

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Com o jornalweb //

Anonimamente, policiais militares enviaram um e-mail para a redação do Ojornalweb.com denunciando escala excessiva de trabalho praticada em, pelo menos, quatro batalhões localizados no interior do Estado (2ª Companhia Independente, 2º BPM, 6º BPM, 8º BPM). Eles revelam que estão no limite físico e psicológico e trabalham numa jornada de 48 horas seguidas e folgam 96 horas, o que, na opinião dos militares, seria uma escala desumana. Alguns trabalham até 30 horas acima do limite na semana.

Para se livrar do estresse emocional, muitos já adotaram a conhecida Operação Tartaruga, ou seja, cumprem as tarefas de maneira vagarosa e até mentem para despistar os comandantes. “Quando são informados do fato se locomovem a 20km por hora e muitas vezes alegam falta de combustível, falta de efetivo, etc. o que não procede”, revela o texto encaminhado para a redação.

Segundo eles, o ideal seria trabalhar até 44 horas semanais, conforme está explícito no regimento interno da PM. Porém, os denunciantes afirmam que muitos batalhões desrespeitam esta regra e extrapolam as escalas de serviço.

“O abuso chega entre 60h (o dito ”normal e comum” para o comando da PMAL) a 72h semanais (com serviços extras que não são remunerados e nem dada a folga). Sempre ultrapassando entre 18 e 30h de trabalho excessivo semanal, sem nenhuma compensação”, confirma o relato dos militares.

Eles falam ainda que os oficiais – patamar de tenente a coronel – cumprem jornada de 24x 96h, os sargentos trabalham 24h por 72h, mas a escala dos soldados e cabos é de 24h por 48h ou 48h x 96h. Quando não cumprem, segundo a denúncia, acabam sendo punidos por sindicância ou até transferidos para outras unidades militares, até mais longes de suas residências.

Outro lado

O tenente coronel Paulo Sérgio, comandante de Policiamento do Interior (CPI), disse que a carga horária excessiva pode estar acontecendo, mas que a culpa seria dos próprios militares. “Muitos optam pelo trabalho extra para trocar horários do serviço e acabam prejudicados”, revelou, acrescentando que a escala de trabalho, cumprida nestes batalhões, é de 24h por 48h.

Ele disse que não há perseguição por parte dos comandantes das unidades, como os militares denunciam, e comenta que a atitude dos praças em adotar a Operação Tartaruga somente prejudica o trabalho da Polícia Militar.

“Eles estão sob escala e devem cumpri-la. Não atuam no serviço burocrático, para cumprir 44 horas semanais certinhas”, contou.

O comandante do CPI disse ainda que a carência de efetivo tem provocado estes e outros problemas para a corporação. “Mas estamos trabalhando para melhorias nos batalhões do interior. Fizemos um estudo e para modificar a escala somente se enviássemos mais de duzentos e sessenta militares”, falou. Ele disse que pretende modificar a escala para 24 por 72h assim que a condição do efetivo ficar favorável.