A Vivo confirmou uma mudança histórica no cenário de telecomunicações do Brasil ao firmar um acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para concluir oficialmente o regime de concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC).
A partir de 31 de dezembro de 2025, a operadora terá suas operações sob um esquema de autorização privada, encerrando um ciclo de décadas e redefinindo o modo como os serviços de telefonia serão oferecidos no país.
Segundo a companhia, essa transição representa o início de uma nova etapa na modernização do setor. O foco será expandir a conectividade digital e aprimorar a infraestrutura de fibra óptica.
Para isso, a Vivo destinou investimentos de R$ 4,5 bilhões, planejados para os próximos cinco a dez anos, incluindo a implantação de redes de transporte de fibra em 121 cidades, manutenção do serviço de telefonia fixa em regiões sem concorrência até 2028 e implantação de redes móveis em 649 localidades.
Christian Gebara, CEO da Vivo, destacou que o montante de R$ 4,5 bilhões cobre custos operacionais (opex) e de capital (capex). Ele acrescentou que esses recursos serão utilizados para garantir cobertura móvel, backhaul de fibra e continuidade dos serviços em 373 localidades onde a Vivo atua como 'carrier of last resort'.
Além disso, a companhia prevê 20 anos de despesas operacionais para manutenção de suas operações, tudo alinhado ao seu planejamento de longo prazo. O avanço na modernização permite que a Vivo consolide sua posição como líder no mercado latino-americano, reforçando seu compromisso com inovação, expansão digital e melhorias na infraestrutura de comunicação.
Entretanto, a empresa enfrenta obstáculos de curto prazo. O Procon Tocantins notificou a Vivo na sexta-feira (10) após diversas reclamações de consumidores relativas a falhas frequentes no sinal de telefonia móvel e internet no município de Alvorada.
Os problemas, que persistem desde o início de outubro de 2025, ainda não tiveram solução por parte da equipe técnica da operadora. Euclides Correia, superintendente do órgão, enfatizou que os consumidores não podem ser penalizados por falhas constantes em serviços essenciais.
Ele destacou que a operadora tem a obrigação de garantir funcionamento regular e implementar medidas corretivas.
O Procon deu um prazo de três dias úteis para a Vivo apresentar explicações técnicas sobre as causas das interrupções e comprovar as ações tomadas para normalizar o serviço.
Além disso, a entidade exige que a empresa informe sobre eventuais compensações aos clientes afetados e apresente um plano de ações para prevenir futuras falhas.
Com a transição para o mercado privado e os investimentos planejados, a Vivo pretende reforçar sua liderança na América Latina, voltando seu foco para inovação, conectividade e crescimento digital, buscando oferecer um serviço cada vez mais eficiente e confiável.