Um estudo publicado na revista Neurology sugere que o estradiol — hormônio cuja produção cai naturalmente na menopausa — pode ter efeito positivo sobre a memória e o raciocínio em mulheres nessa fase da vida. A pesquisa analisou 7.251 mulheres pós-menopausa, com idade média de 61 anos, e mostrou que tanto a aplicação transdérmica (adesivos, géis) quanto o uso oral (pílulas) apresentaram resultados distintos em tipos específicos de memória.
???? Principais achados
Mulheres que usaram estradiol transdérmico tiveram melhor desempenho em memória episódica (recordar experiências passadas).
As que usaram estradiol oral apresentaram melhores resultados em memória prospectiva (lembrar de compromissos ou tarefas futuras).
Em comparação, as mulheres que não utilizaram terapia hormonal tiveram desempenho inferior nos testes cognitivos.
Apesar da associação positiva, os cientistas alertam que os dados não provam causalidade — ou seja, não confirmam que a reposição hormonal sozinha seja responsável pela melhora da memória.
???? Opinião de especialistas
A ginecologista Márcia Vasconcelos destaca que a queda do estrogênio na menopausa pode provocar a chamada névoa mental, com perda de memória, dificuldade de concentração e alterações de humor. Ela defende que a terapia hormonal pode trazer benefícios cognitivos, além de melhorar sono, humor e qualidade de vida.
Já a médica Bruna Heinen, endocrinologista, pondera que a reposição hormonal não deve ser indicada apenas para tratar falhas de memória. Segundo ela, o uso é mais adequado para mulheres que já apresentam sintomas significativos, como fogachos e distúrbios do sono, desde que estejam dentro da chamada "janela de oportunidade" (até 10 anos após o início da menopausa).
???? Limitações do estudo
Maioria das participantes era branca e de renda mais alta, o que pode limitar a aplicabilidade dos resultados.
Não foram avaliadas variáveis como dose, tempo de uso ou início da terapia.
???? Alternativas complementares
Além da reposição hormonal, especialistas recomendam:
Atividade física regular (força + aeróbico), que aumenta a circulação cerebral.
Treino cognitivo (quebra-cabeças, jogos de memória, novas habilidades), para estimular a neuroplasticidade.
Sono de qualidade, essencial para a "higiene mental" e eliminação de toxinas cerebrais.
Controle de fatores de risco cardiovascular e alimentação equilibrada.
???? Em resumo: o estradiol pode ser um aliado na preservação da memória durante a menopausa, mas a decisão sobre terapia hormonal deve ser individualizada, levando em conta riscos, benefícios e alternativas não medicamentosas.
Quer que eu prepare um quadro-resumo visual com os diferentes tipos de memória e o impacto do estradiol em cada um, para facilitar a compreensão?