Desde o início de 2025, mais de 840 indivíduos foram executados no Irã, conforme divulgado pela ONU nesta sexta-feira (29). O organismo internacional condenou a aplicação da pena capital, rotulando-a como uma "ferramenta de intimidação utilizada pelo Estado".
A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, revelou que houve um "aumento notável no número de execuções" durante o primeiro semestre do ano. "Até 28 de agosto de 2025, as autoridades iranianas levaram à morte pelo menos 841 pessoas", afirmou Shamdasani, ressaltando que a "situação real" pode ser ainda mais alarmante devido à "falta de transparência" da República Islâmica.
Em julho, a porta-voz destacou que o Irã executou pelo menos 110 pessoas, um número que representa o dobro do registrado no mesmo mês do ano anterior. "Essa alta taxa de execuções indica um padrão sistemático de utilização da pena de morte como uma forma de coerção por parte do governo", declarou. Shamdasani expressou preocupação especial com as execuções realizadas em público, informando que sete casos desse tipo foram documentados desde o começo do ano, classificando-os como "uma violação da dignidade humana".
Além disso, a representante da ONU mencionou que atualmente há 11 indivíduos prestes a enfrentar a execução, incluindo seis pessoas acusadas de rebelião armada, supostamente ligadas ao grupo opositor exilado Mujahedines do Povo do Irã.