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Acidente
29/08/2025 04:00:00

Agravamento da Crise Humanitária em Angola e Moçambique devido ao El Niño

Aumento de surtos de doenças e insegurança alimentar exigem atenção internacional urgente

Agravamento da Crise Humanitária em Angola e Moçambique devido ao El Niño

Os efeitos do fenômeno climático El Niño estão provocando um aumento alarmante nos surtos de doenças, como a cólera, particularmente em Angola, que reportou o maior número de casos entre sete nações afetadas na África Austral. A situação em Moçambique se deteriorou após a ocorrência de ciclones e chuvas intensas no início de 2025.

Angola e Moçambique estão entre os países da região que necessitam de maior apoio internacional, especialmente por meio de recursos financeiros, para mitigar os impactos humanitários da seca vinculada ao El Niño de 2024.

Conforme relatado pelo Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), as manifestações do fenômeno climático nos últimos tempos foram as mais severas em um século, afetando diretamente as colheitas e os meios de subsistência da população.


Investimentos em Resposta Emergencial

No mês de maio de 2025, Angola recebeu um aporte de US$ 1,8 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) para combater a cólera. Por outro lado, Moçambique obteve US$ 4 milhões do mecanismo da ONU para assistência emergencial aos deslocados.

A insegurança alimentar aguda continua a ser um desafio, mesmo com a melhora nas colheitas em algumas regiões. A destruição severa também afeta países como Maláui, Madagascar, Zâmbia e Zimbábue, onde surtos de doenças como cólera, malária, miocardite e sarampo ameaçam milhões de vidas.

Até agosto de 2025, Angola havia relatado 27 mil dos mais de 37 mil casos de cólera confirmados nos sete países impactados.

A situação humanitária em Moçambique foi severamente afetada pelos ciclones e chuvas torrenciais no início do ano, com inundações também observadas em Botsuana, Madagascar e Maláui.

Desafios Humanitários em Moçambique

Em Moçambique, cerca de 23 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, em meio a um cenário agravado por conflitos, deslocamentos forçados e surtos de doenças, além de sistemas de proteção social fragilizados.

A insegurança alimentar é uma preocupação persistente, apesar das melhorias nas colheitas em certas áreas, uma vez que infestações de gafanhotos e lagartas-do-cartucho continuam a prejudicar as plantações e a acentuar a crise.

No mês de maio de 2025, um novo episódio de conflito na província de Cabo Delgado, no extremo norte de Moçambique, forçou 95 mil pessoas a deixarem suas casas, elevando o total de deslocados internos para 609 mil, o que representa a maior quantidade na região.

A África Austral está se mobilizando ativamente para enfrentar desastres climáticos, como secas, tempestades e inundações, que têm impulsionado o deslocamento populacional.