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Acidente
29/08/2025 02:00:00

AGU Formaliza Contratação de Escritório Jurídico Americano para Enfrentar Sanções de Trump

Investimento de US$ 3,5 Milhões Focado na Defesa dos Interesses Brasileiros

AGU Formaliza Contratação de Escritório Jurídico Americano para Enfrentar Sanções de Trump

Em uma ação estratégica para combater as sanções impostas pelos Estados Unidos, a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou, na quarta-feira passada, a seleção do respeitado escritório de advocacia Arnold & Porter Kaye Scholer LLP. O intuito é contestar as restrições estabelecidas pelo governo do ex-presidente Donald Trump, sinalizando uma nova abordagem nas iniciativas legais do Brasil em relação ao país norte-americano.

O acordo, que pode chegar a um total de US$ 3,5 milhões ao longo de quatro anos, possibilitará à AGU obter assessoria jurídica especializada em um cenário repleto de sanções que afetam tanto o Estado quanto os cidadãos e empresas brasileiras. O escritório, conhecido por sua ampla experiência em litígios internacionais, conta com uma equipe global composta por mais de mil advogados, atuando em várias jurisdições.

A AGU esclareceu que os pagamentos ao Arnold & Porter serão ajustados conforme os serviços prestados, assegurando que a remuneração ocorra à medida que as ações judiciais e administrativas forem sendo desenvolvidas. As atividades a serem realizadas incluem a contestação de tarifas, a contestação de negatórias de vistos e a luta contra bloqueios de ativos que influenciam diretamente os interesses do Brasil, além da representação de órgãos da administração pública, estados e municípios.

Além disso, a AGU informou que, após a conclusão dos serviços, buscará reembolsar os valores pagos a advogados estatais que possam ter causado prejuízos ao Brasil devido às sanções. Essa estratégia evidencia uma tentativa de salvaguardar os interesses nacionais em um cenário marcado por crescente tensão econômica e política.

As atribuições do escritório englobam a consultoria sobre ações judiciais, representação em instâncias legais e administrativas, e a análise de cenários que visem possíveis contestações às sanções. Ao justificar essa contratação, a AGU ressaltou a relevância das credenciais profissionais exigidas em outros países, reforçando a necessidade de contar com representantes legais qualificados no exterior.

No momento, o Brasil enfrenta um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos exportados para os Estados Unidos, uma medida que, segundo as autoridades americanas, está vinculada a supostas perseguições judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa situação gerou um clima de incerteza e apreensão em diversos setores da economia brasileira, embora uma lista de exceções a essas tarifas, incluindo produtos como suco de laranja e aeronaves civis, tenha trazido alguma esperança de alívio.

Desta forma, a escolha do escritório Arnold & Porter transcende uma mera decisão legal; trata-se de um passo que demonstra a urgência em resolver um impasse que pode ter repercussões significativas e duradouras nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A expectativa é que essa iniciativa contribua para a redução das tensões e para o restabelecimento de um nível aceitável de interação econômica entre as duas nações, impactadas por decisões políticas e judiciais.