Na quarta-feira (27), em uma solenidade realizada no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou a criação do sistema TV 3.0, uma inovação que promete revolucionar a forma como os brasileiros consomem televisão. O evento foi prestigiado por representantes das principais emissoras do país, que manifestaram apoio à nova iniciativa.
Durante sua breve fala, Lula destacou que essa iniciativa é uma demanda significativa de sua equipe de comunicação. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, ressaltou que a introdução da TV 3.0 representa uma questão de soberania nacional, pois o Brasil será a primeira nação da América a implementar essa nova tecnologia.
"Este decreto simboliza nossa visão de futuro para a agenda digital e tecnológica, com ênfase em abertura, cooperação e soberania. A soberania, especialmente a digital, é um tema crucial que une todo o país. Está diretamente ligada à TV digital que está sendo implementada agora", afirmou o ministro.
O governo espera que a TV 3.0 comece a operar em junho de 2026, coincidentemente na época da próxima Copa do Mundo. Diversos representantes de entidades do setor enfatizaram em seus discursos que o atual modelo de TV Digital também foi introduzido por Lula em seu segundo mandato. André Basbaum, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), também esteve presente, representando a TV Brasil e o setor público nesse novo contexto.
"Com a assinatura deste decreto, o presidente Lula assegura a visibilidade da TV Brasil e do sistema público de comunicação na nova TV digital 3.0. O Canal Gov também estará acessível a toda a população, oferecendo informações sobre serviços públicos para todos os cidadãos", afirmou Basbaum.
Uma Nova Era para a Televisão
A TV 3.0, considerada "a televisão do futuro", irá integrar serviços de internet de alta velocidade à tradicional transmissão de áudio e vídeo, permitindo que os telespectadores interajam com a programação e até realizem compras diretamente de suas TVs, criando novas fontes de receita para as emissoras.
Os novos dispositivos da TV 3.0 virão de fábrica com uma interface que exibirá um catálogo de canais de televisão abertos, uma mudança em relação ao que é oferecido pelas atuais SmartTVs, que priorizam aplicativos de serviços de mídia sob demanda (OTT). Essa prioridade acaba ofuscando os canais abertos, conforme ressaltou o ministro.
Uma das inovações mais significativas da TV 3.0 é sua interface baseada em aplicativos, que permitirá às emissoras oferecer, além do sinal aberto transmitido em tempo real, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos e outros programas.
A transição para o novo sistema será gradual, começando pelas grandes cidades, assim como ocorreu com a implementação da TV digital.
Padrão Técnico
No ano anterior, o conselho deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), responsável por essa nova geração, recomendou ao governo federal a adoção do padrão ATSC 3.0 (Comitê de Sistema Avançado de Televisão) como o padrão técnico para a evolução da TV digital.