O Mapa Nacional da Violência de Gênero, elaborado pelo Instituto Natura em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência do Senado Federal e a Associação Gênero e Número, foi atualizado nesta terça-feira (26) com os números referentes ao primeiro semestre de 2025. A análise feita pela Eufêmea traz um recorte específico da situação em Alagoas. Entre janeiro e junho deste ano, o estado contabilizou 17 feminicídios e 23 tentativas, evidenciando que a residência permanece como o espaço mais perigoso para as vítimas.
Os dados apontam que o Brasil mantém, há cinco anos, a média de quatro mulheres assassinadas por dia em razão de gênero. Apenas no primeiro semestre de 2025, foram registrados 718 feminicídios em todo o país. Em Alagoas, a taxa foi de 2,38 por 100 mil mulheres, índice superior à média nacional de 1,53.
Residência é o local mais perigoso
No estado, 21 casos de feminicídio consumado ou tentado ocorreram dentro de casa no período analisado. A zona rural aparece em seguida, com sete registros, e as vias públicas contabilizaram seis ocorrências.
Arma branca é o meio mais utilizado
De acordo com a taxa proporcional por 100 mil mulheres, a arma branca, como facas e objetos cortantes, foi utilizada em 1,13 casos, enquanto armas de fogo aparecem em 0,24.
Faixa etária das vítimas
As estatísticas mostram que a maioria das vítimas de feminicídio ou tentativa tinha entre 30 e 59 anos, com 21 registros. Em segundo lugar estão as jovens de 18 a 29 anos, com 14 casos. Também foram registradas três vítimas menores de 18 anos e duas acima de 60 anos.
Raça e cor
O recorte racial revela que mulheres pardas representam a maior parte das vítimas, somando 21 casos. Houve ainda oito registros sem informação, cinco entre mulheres brancas, três entre mulheres pretas e outros três classificados como “outros”. Não foram registradas ocorrências envolvendo mulheres indígenas ou amarelas.
Identidade de gênero
Dos casos registrados, 19 vítimas foram identificadas como mulheres. Nos outros 21 casos, não havia informação sobre identidade de gênero nos boletins de ocorrência.