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Acidente
22/08/2025 02:00:00

PF deixa cela pronta para eventual prisão de Bolsonaro

PF deixa cela pronta para eventual prisão de Bolsonaro

A Polícia Federal já deixou preparada uma cela especial provisória para o caso de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em recolhimento domiciliar, vir a ser preso em regime fechado. O espaço está localizado no térreo da Superintendência da PF no Distrito Federal, no Setor Policial Sul, em Brasília.

A estrutura, que se assemelha a uma sala adaptada, conta com banheiro privativo, cama, mesa de trabalho, cadeira e televisão, nos moldes do espaço que abrigou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Curitiba, entre 2018 e 2019. Outro ex-presidente, Fernando Collor de Mello, também já foi detido em uma área especial, no caso em uma sala do diretor do presídio estadual de Maceió. Juristas ressaltam que ex-presidentes possuem prerrogativa de custódia diferenciada em casos de prisão.

Apelidada internamente de “cela de Bolsonaro”, a unidade é destinada a custódia individual, podendo receber não apenas o ex-presidente, mas outras autoridades que eventualmente venham a ser presas. Policiais afirmam que a adaptação foi feita há mais de três meses e não foi pensada exclusivamente para Bolsonaro.

Delegados explicaram, de forma reservada, que existem alternativas em estudo caso o Supremo Tribunal Federal determine a prisão fechada. Entre elas, a possibilidade de custódia em instalações militares, em batalhão da Polícia Militar do DF — como ocorreu com o ex-ministro Anderson Torres — ou na própria Superintendência da PF. Nesta última hipótese, a cela já está pronta para ser utilizada.

A decisão de preparar a sala ocorreu após consulta da cúpula da PF e da Vara de Execuções Penais do DF à Superintendência, para verificar se havia espaço adequado para a custódia de Bolsonaro. Como não existe área destinada especificamente a esse tipo de situação na sede da PF, o local foi adaptado.

Na quarta-feira (20), Bolsonaro foi indiciado em novo inquérito pela PF, acusado de coação no curso do processo e de tentativa de Abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a investigação, ele e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam atuado juntos para pressionar os Estados Unidos a sancionar o Brasil e deslegitimar a Justiça brasileira, em uma tentativa de interromper o julgamento do plano de golpe de Estado em que o ex-presidente figura como réu.