No paladar do nordestino o inhame é uma raiz já conhecida e faz parte do cardápio da região. Alimento rico em carboidratos, proteínas, vitaminas e fonte de minerais, o cultivo é comum em Alagoas. Mas uma novidade vem chamando atenção de agricultores e pesquisadores: o surgimento espontâneo do inhame roxo, uma espécie que já é bastante consumida no Norte do país, mas que não se tinha notícias dele no estado.
O surgimento do inhame roxo se deu, principalmente, nas regiões alagoanas do Agreste e da Zona da Mata e está sendo acompanhado por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).
"Foi uma coisa meio que espontânea, alguma coisa genética que aconteceu e esse é um dos pontos de partida da pesquisa da Embrapa. Eles começaram a pesquisar a respeito disso. Essa espécie obviamente já existe em outros locais, mas aqui em Alagoas ela não foi plantada intencionalmente", explicou a professora do Ifal, Ingrid Tavares.
A espécie ainda não tem cultivo com fins comerciais, mas estudos locais estão sendo desenvolvidos para que os agricultores possam produzi-lo em maior escala, com objetivo de venda. Os pesquisadores consideram a raiz um alimento de grande potencial gastronômico.
A principal característica do inhame roxo é mesmo a coloração. Porém, ele tem sabor e textura semelhantes ao inhame branco.
A Embrapa ainda está fazendo análises e aguarda o resultado da identificação molecular da espécie, mas acredita que a cor roxa se deve à riqueza de antocianinas, um pigmento vegetal que em outros alimentos já foi comprovado ter ação antioxidante e anti-inflamatória.
Paralelo às pesquisas científicas, o Ifal está desenvolvendo um trabalho junto aos agricultores, para difundir mais o produto e ajudar a diversificar a produção. Para isso, o curso técnico em Cozinha do Campus Marechal Deodoro começou a desenvolver receitas com o inhame roxo.
G1-Al