Ao menos 40.599 soldados russos tiveram suas mortes na guerra da Ucrânia confirmadas até o final de 2023. É o que aponta uma investigação conduzida em parceria pelo site Mediazona e a rede BBC, que atualizou a contagem pela última vez no dia 29 de dezembro.
Para obter tais dados, os investigadores fazem uso de informações publicamente disponíveis, como documentos oficiais, manifestações de familiares em redes sociais e publicações da imprensa regional. Como são incluídos na conta apenas os militares cujas identidades foram confirmadas, o Mediazona alerta que “o número real de mortos é provavelmente significativamente maior.”
Considerando somente as mortes confirmadas, o balanço adicionou 1,1 mil novos nomes desde a divulgação anterior, de 15 de dezembro. E afirma que o “ano de 2023 foi mais mortal para o Exército russo que o de 2022”, quando pouco mais de 15 mil nomes foram listados.
“É claro que as forças russas sofreram perdas mais pesadas neste ano (2023) na comparação com o primeiro ano da invasão”, diz o relatório do Mediazona, acrescentando que entre as novas mortes registrada estão a de cinco oficiais de alta patente das Forças Armadas russas.
Outras estimativas, tanto do governo ucraniano como do próprio Mediazona, indicam que a lista de 40.599 mortes confirmadas não condiz com a dura realidade do campo de batalhas. Calcula-se que centenas de milhares de soldados perderam a vida ou se feriram gravemente, mas a falta de informações fornecidas por Moscou prejudica a apuração.
Em julho de 2023, o Mediazona fez uma projeção com base no conceito de “mortalidade excessiva”, que se popularizou durante a pandemia de Covid-19. Os pesquisadores acessaram dados oficiais disponíveis para consultas públicas, como atestados de óbito e ações judiciais de inventário, e calcularam quantos homens russos de até 50 anos morreram entre fevereiro de 2022, quando começou a guerra, e 27 de maio de 2023. E compararam com a média do mesmo período em anos anteriores.
A partir de tal análise, concluíram que aproximadamente 47 mil russos haviam morrido somente até maio de 2023 em virtude da guerra. O limite de idade foi adotado porque é o mesmo imposto pelas Forças Armadas para soldados rasos e oficiais abaixo do posto de coronel. Ou seja, só vão ao campo de batalhas homens com menos de 50 anos.
A conta de Kiev, que carece de confirmação independente, é ainda mais assustadora. De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, 360.820 militares russos morreram na guerra, segundo levantamento publicado na rede social X, antigo Twitter, nesta terça-feira (2).
A Referência