Operação Nacional contra o Desmatamento na Mata Atlântica Inicia em Alagoas com Prisão de Área Irregular

Com o suporte do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), a fase de campo da operação de alcance nacional denominada "Mata Atlântica em Pé" foi oficialmente iniciada nesta manhã de segunda-feira (29) na cidade de Maceió. A iniciativa busca localizar e combater atividades ilegais de derrubada de árvores na floresta, além de responsabilizar os infratores envolvidos.

Ao longo de 15 dias, 51 pontos de interesse serão alvo de inspeções em 20 municípios de Alagoas, enquanto a operação, em sua oitava edição, se estende por 17 estados que abrigam esse bioma.
Na primeira inspeção realizada esta manhã, na região do Jardim Petrópolis, em Maceió, os agentes confirmaram uma área desmatada de 3,21 hectares — o equivalente a três campos e meio de futebol —, cuja destruição foi detectada graças a informações fornecidas pelos sistemas satelitais "Brasil Mais" e "MapBiomas" durante a fase de planejamento. Essas plataformas permitem identificar possíveis áreas de desmatamento ilegal com alta precisão. Para confirmação in loco, os agentes utilizam drones que verificam a extensão do dano ambiental.

Como consequência da constatação do desmatamento, o proprietário da área no Jardim Petrópolis receberá uma notificação do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), com multa de R$ 20 mil. O proprietário terá direito a apresentar defesa administrativa e responder judicialmente em processos civis e criminais relacionados ao caso.

A operação nacional "Mata Atlântica em Pé" conta com o apoio do MP/AL, do Ministério Público Federal (MPF), do Ibama, do próprio IMA de Alagoas e do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA/PM).

O superintendente do órgão ambiental no estado, Rivaldo Couto, destacou a importância da iniciativa: "A Operação Mata Atlântica é uma ação colaborativa essencial para proteger um dos biomas mais ameaçados do Brasil. A presença do Ibama reforça nosso compromisso de combater o desmatamento ilegal, preservar a biodiversidade e assegurar que as leis ambientais sejam cumpridas, garantindo às futuras gerações um patrimônio natural preservado".

Já o promotor de Justiça para o Meio Ambiente, Alberto Fonseca, enfatizou a relevância da operação: "Essa ação é fundamental para conservar a Mata Atlântica, que representa o maior centro de biodiversidade do planeta. É uma satisfação ver que Alagoas participa novamente dessa iniciativa, especialmente considerando que mais de 90% da cobertura original desse bioma foi destruída por ações humanas".