Tênis após os 50: esporte se torna aliado contra o etarismo em Alagoas

O tênis vem mostrando, em Alagoas, que idade não é obstáculo para seguir ativo e derrubar preconceitos. A Federação Alagoana de Tênis (FAT), presidida por Gilson França (48), inovou ao incluir no torneio FACIT a categoria duplas Soma 100, na qual a soma das idades dos atletas precisa alcançar pelo menos 100 anos. A inspiração veio de seu pai, de 70 anos, que assim pôde continuar competindo.

Nessa mesma linha, os atletas Alexandre Toledo (63) e Ramiro Neto (55) criaram, em dezembro de 2024, o torneio Amigos do Tênis 50+ de simples, dividido em duas categorias (50+A e 50+B). A estreia reuniu 24 jogadores e teve tanto sucesso que, em 2025, a FAT oficializou o formato de forma experimental em cinco torneios estaduais: Open Austrália, Jaraguá, Matchpoint, AABB, Facit e Ritz.

O interesse só aumenta. O grupo 50+B já conta com mais de 20 tenistas, enquanto o 50+A reúne mais de 12. No FACIT, que acontece nesta semana em Jaraguá, a programação inclui tanto a tradicional Soma 100 (masculina e feminina) quanto a categoria 50+B masculino.

A AABB também abraçou a ideia e já promoveu competições internas como os torneios Titãs e Junino. Para setembro, prepara o torneio “Primavera”, voltado a jogadores acima dos 50 anos, organizado pelo casal Carlos Luna e Jacyara Oliveira.

A participação feminina, ainda discreta nas disputas individuais, começa a ganhar destaque. Um dos exemplos é Nourivania Vieira de Araújo (62), que joga tênis há mais de três décadas e compete com atletas de diversas idades. “A vida da gente se transforma, o esporte é tudo. O tênis exige raciocínio e desenvolve o cognitivo”, afirma. Avó de quatro netos, ela brinca que os filhos precisam checar sua agenda antes de marcar visitas, já que pode estar em quadra disputando uma final.

Mais do que resultados, o movimento transmite uma mensagem social: envelhecer não significa parar, mas reinventar-se. “Com apoio da FAT, o tênis alagoano mostra que há força, saúde e alegria em todas as fases da vida, ajudando a vencer as barreiras do etarismo”, destaca Alexandre Toledo.