Em tempos de crise na economia mundial o alagoano tem procurado saídas para evitar gastos. A presença da carne bovina na mesa dos maceioenses tem se tornado cada vez mais rara.
A costureira Maria Eunice Correia, 45 anos, afirma que o quilo da carne (patinha) passou de R$ 7 para R$ 13. “Isso é um absurdo, como vamos comer carne agora? Na minha casa estou fazendo pratos com outras misturas”.
Eunice Correia, mora com o marido e dois filhos adolescentes no bairro da Levada. “Agora compro frango porque o preço ‘ainda’ não subiu”, diz a costureira.
Os consumidores que fazem suas compras no Mercado da Produção tem um leque de opções para misturas.
Maria do Socorro Pereira da Silva, dona de um açougue no mercado, afirma que a venda caiu nos últimos dois meses. “Não tinha ainda sentido a diminuição nas vendas porque com as festas de fim ano sempre vendemos mais. Aos poucos estamos sentido o ausência de fregueses antigos”, diz.
No estabelecimento trabalham quatro funcionários, Maria do Socorro diz que ainda não foi preciso demitir nenhum deles, mas se as vendas caírem terão que ajustar o quadro de pessoal a nova realidade econômica do açougue.
A empregada doméstica Cícera Ferreira dos Santos, de 52 anos, faz compras no Mercado da Produção há 10 anos, e diz que o preço da carne bovina subiu muito nos últimos três meses.
“Numa semana o preço da carne de segunda custava R$ 7. Na semana seguinte já estava sendo vendido a R$ 11. Assim o trabalhador que recebe um salário mínimo não agüenta.
Ela aponta uma saída para os consumidores. “Vamos comer frango e frutos do mar porque é mais barato”.
O camarão e o sururu são os mais procurados. Que custam R$ 8 e 6 respectivamente.
Se os proprietários de açougues reclamam da queda nas vendas, os donos de avícolas comemoram.
O comerciante Paulo Nazário da Silva que há 16 anos comercializa frangos no local, diz que a procura aumentou em 25% no seu estabelecimento.
“Os clientes compram o quilo do frango por R$ 4,40. Em outubro vendia cerca de 200 frangos por dia. Hoje vendo 250”. Afirma Silva.
Já na balança do peixe no Jaraguá, a procura não se dá por causa do preço e sim pela qualidade do produto. Os peixes são vendidos cerca de duas horas depois de ser pescado.
Segundo o pescador José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, não houve um aumento na quantidade de pescado na balança.
A dona de casa Izabel Oliveira, reclama do aumento de preços da carne bovina e diz que para não faltar o produto ela faz receitas onde seja usada uma menor quantidade de carne.
“Faço omeletes, bolinhos, picadinho com verduras. Tudo para que não falta a carne”.
Ela lembra ainda do valor nutritivo do alimento rico em vitaminas B12 (ou cobalamina), a niacina e a riboflavina (ou vitamina B2), entre os minerais, o ferro e o zinco.
com gazetaweb // adelaide nogueira