Alagoas apresenta avanços na segurança alimentar, mas ainda há milhares enfrentando graves riscos de fome

Dados publicados pelo IBGE nesta sexta-feira (10) revelam uma evolução na condição de acesso a alimentos em Alagoas durante o ano de 2024. Segundo o levantamento, 65% dos domicílios — aproximadamente 727 mil famílias — encontram-se em situação de segurança alimentar, com quantidade suficiente de comida de forma regular.

Este resultado indica um crescimento de 22 mil lares em relação ao ano anterior. Entretanto, mesmo com esses sinais positivos, ainda há uma parcela significativa de famílias que enfrentam diferentes níveis de insegurança.

Cerca de 35% dos lares alagoanos, ou seja, aproximadamente 391 mil, continuam convivendo com algum grau de instabilidade na alimentação. Dentro dessa estatística, 56 mil residências vivem episódios de fome severa, caracterizadas pela ausência total de alimentos e pela ruptura do padrão alimentar habitual.

Segundo Alcides Tenorio Junior, responsável pelo IBGE em Alagoas, "o estado apresenta sinais de recuperação, mas o objetivo principal permanece: diminuir a incidência dos casos mais graves de insegurança alimentar".

Este estudo integra o módulo de Segurança Alimentar da PNAD Contínua, uma iniciativa conjunta com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A pesquisa classifica os lares em quatro categorias: segurança alimentar, insegurança leve, moderada e grave, permitindo uma compreensão mais detalhada desde a preocupação básica com a alimentação até a condição de enfrentamento da fome real.

Na análise quantitativa, além dos 56 mil domicílios em situação de insegurança grave, há ainda 83 mil vivendo insegurança moderada e 253 mil com insegurança leve. Apesar do progresso registrado, que acompanha a tendência de melhora observada na região Nordeste e no restante do Brasil, Alagoas continua entre os estados com maior incidência de fome severa na área, ao lado de estados como Bahia e Maranhão.