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18/01/2009 00:00:00

Especiais

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Em entrevista concedida na tarde deste sábado (17) à Rádio Gazeta AM, o superintendente da Polícia Federal em Alagoas, José Pinto de Luna, teceu comentários a respeito da possível volta dos deputados “taturanas”, das falhas no Sistema Prisional do estado, da questão de fraudes na eleição da OAB, de sua estada em Alagoas, entre outros assuntos.

Para Luna, a decisão do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, em garantir a volta dos deputados afastados pela Operação Taturana, é lamentável: “Meu sentimento, e o sentimento do povo alagoano, é de insatisfação”, afirmou o superintendente que comandou a operação de investigação do envolvimento de deputados estaduais no desvio de mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos. “Apesar de sabermos que tudo o que cabia a Polícia Federal foi cumprido com o maior rigor, não podemos deixar de nos portar como cidadãos. Eu também sou responsável pelo pagamento dos salários destes senhores”, continuou.

Ainda segundo o superintendente, há indícios de que fraudes continuem a existir na Assembléia Legislativa, inclusive envolvendo nomes de deputados que foram afastados, mas ainda exercem “poder” sobre a folha de pagamento na Casa de Tavares Bastos. Questionado se a volta dos "taturanas" pode causar certo descrédito da população em relação à atuação da PF, Luna afirmou que isso não deve acontecer: “As ações realizadas pela polícia são todas precisas e importantes, não fazemos nada para aparecer. Nosso inquérito foi concluído com provas cabais. Mas existem as decisões que ficam a cargo da justiça e não serão elas que descredenciarão o trabalho bem feito da PF”, opinou.

Sistema Prisional
Outra questão preocupante em Alagoas, é a situação do Sistema Prisional, denuncia Luna. Para ele, alguns agentes penitenciários não têm capacidade suficiente para desempenhar com maestria os cargos que exercem: “Coisas assim, acabam desembocando em situações que já vimos no estado, onde apenados perigosos acabam saindo dos presídios pela porta de frente”. De acordo com o superintendente, uma das soluções tomadas para coibir casos de fuga é a transferência de presos para outros estados até que a situação seja normalizada: “Temos que assumir as falhas do Sistema. As maçãs podres existem e precisamos tirá-las de circulação”, afirmou. Para ele, um dos fatores agravantes é o fato de agentes não-concursados terem direitos “excessivos”, como a permissão para portar armas de fogo.

Eleições da OAB
Fazendo referência às supostas fraudes nas eleições da Ordem dos Advogados do Brasil-Alagoas (OAB-AL), denunciadas na imprensa pelo candidato a desembargador Tutmés Ayran, Luna afirmou que nenhum depoimento foi prestado à PF: “O Tutmés esteve na manhã desta sexta-feira (16) na sede da Polícia Federal, mas não prestou depoimento algum. Ele apenas deixou um CD com a gravação das supostas denúncias, mas não irei me pronunciar sobre o conteúdo, antes que o áudio seja periciado”, afirmou. Luna fez questão de convocar o denunciante a comparecer para prestar depoimento: “É fundamental que ele compareça, até para que se possa fixar a competência da investigação, já que ainda não está decidido se ela ficará a cargo da Polícia Federal”, concluiu.

Permanência em Alagoas
Depois de muita polêmica sobre sua permanência na Superintendência da Polícia Federal do Estado, Luna informou que é provável que continue em Alagoas em 2009: “Tenho algumas exigências a fazer. Por exemplo, preciso de uma aeronave para colocar em prática uma ação de erradicação da maconha, entre outras mais. Caso eu consiga o aparato que preciso para desenvolver meu trabalho pretendo ficar, pelo menos, até o final deste ano”, garantiu.

com gazetaweb //isolda herculano