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16/12/2008 00:00:00

Polícia

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O Natal para a família Silva Pino, este ano, não será de comemorações. A data é marcada por completar sete meses em que o universitário Johnny Wilter, 21, filho de José Cícero e Maria Cícera, foi assassinado a tiros, no bairro do Tabuleiro do Martins. Ao invés da elucidação do caso, a família recebeu a notícia, recentemente, de que o Capitão PM Eduardo Alex, acusado de ter assassinado o jovem, realizaria um curso que o possibilitaria ser promovido a Major.

José Cícero revelou que apenas a cogitação de que o acusado de ter matado seu filho pudesse ser promovido, já é motivo de desacreditar no Poder Judiciário. “Nós pedimos justiça e recebemos uma notícia de promoção”, comenta José Cícero, inconformado. “Acho que o policial é um ser humano, que pode errar, mas ele tem que pagar pelo que fez. Estou falando em nome do meu filho e em nome de um cidadão que pede que a sociedade não esqueça esses crimes”, desabafa o pai de Johnny.

Maria Cícera lembra que no dia 22 deste mês, o jovem completaria 22 anos. “A data vai se aproximando e a tristeza vai aumentando. Sentimos muita falta do nosso filho e, para completar, vemos que nada acontece, e que o processo não é resolvido logo”, reforça a mãe do rapaz.

O tenente Fernando, do setor de comunicação da Polícia Militar, esclareceu que, de fato, o capitão Eduardo Alex realiza um Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, o que o deixa mais próximo de se tornar major. O capitão está na fase de elaboração de monografia e a previsão para o término do curso é no dia 22 deste mês. Já a avaliação dos oficiais e das possíveis promoções ocorrem no dia 3 de fevereiro”, explicou o militar.

No entanto, o tenente esclareceu que o capitão precisaria responder a outros critérios, para que recebesse a patente. “Há outras pessoas à frente dele, pelo tempo de atividade exercida e não há vagas para todos. Então a probabilidade é mínima”, explicou o tenente, revelando, porém, que o processo a que Eduardo Alex responde não revela qualquer impedimento para a promoção do capitão.

“O artigo 26 - da Lei 6.514, de 23 de setembro de 2004 - revela que um oficial só não pode ser promovido se for preso preventivamente, em flagrante delito, e enquanto estiver preso. Também não pode se promover aquele que foi condenado a pena restrita em liberdade, em caso que tenha sido transitado e julgado. Como o capitão ainda não foi julgado, nem condenado, ele continua apto a ser promovido”, informou.

A Gazetaweb entrou em contato com o capitão Eduardo Alex, mas ele não quis falar sobre o assunto.

O crime

Johnny Wilter foi assassinado no dia 25 de maio, no conjunto Santos Dumont. O universitário estava em uma motocicleta, acompanhado pelo músico Marcelo Brandão, quando decidiram furar uma blitz, já que Marcelo Brandão não possuía habilitação.

Em meio à perseguição, o policial militar Eduardo Alex disparou contra a motocicleta, atingindo fatalmente o universitário. Em depoimento ao delegado Waldor Coimbra Lou, o militar alegou ter ouvido um disparo antes de decidir atirar contra a dupla.

com gazetaweb // wanessa oliveira