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16/12/2008 00:00:00

Especiais

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Um dos crimes mais chocantes ocorridos em Alagoas completa dez anos nesta terça-feira, dia 16, e até hoje ninguém foi punido. Conhecido como Chacina da Gruta, o crime resultou na morte da deputada federal Ceci Cunha (PDSB), recém-diplomada, do marido, Juvenal Cunha, do cunhado, Iran Carlos Maranhão, além da mãe do cunhado, Ítala Maranhão.

A chacina aconteceu quando pistoleiros invadiram a residência da família, localizada no bairro da Gruta, e efetuaram vários disparos. A família se reuniu para comemorar a diplomação da médica como deputada federal, que havia ocorrido horas antes da chacina.

As investigações, à época, apontaram o então deputado Talvane Albuquerque (PTN), suplente de Ceci na Câmara, como mandante do crime. Na interpretação do Ministério Público, ele queria o cargo e a imunidade parlamentar que dele adviria.

Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva, assessores e seguranças de Albuquerque, foram apontados como executores.

Segundo a Polícia Federal, Mendonça Medeiros, um dos acusados, foi ao Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, onde houve a diplomação, para monitorar Ceci e orientar os encarregados da execução. As vítimas estavam na varanda da casa quando três pistoleiros invadiram o imóvel e atiraram, sem dar chance de defesa.

O processo permaneceu por sete anos na Justiça estadual, até que esta se declarou incompetente, já que o caso envolvia uma deputada federal e um suplente, que chegou a ser empossado em março daquele ano. Talvane Albuquerque foi cassado em abril de 1998, por 427 votos a 29. Em julho deste ano, no entanto, tornou-se secretário de Saúde de Craíbas, no interior de Alagoas. A nomeação causou grande repercussão. A prefeitura informou que Talvane deixou o cargo para se dedicar à administração dos hospitais Santa Maria e Teodora Albuquerque, de propriedade de sua família, em Arapiraca, terra natal dele e da deputada assassinada.

Revolta

A família de Ceci Cunha decidiu montar um site www.queremosjustica.com.br, em que relata o caso e dá publicidade aos atos do processo, destacando as provas do crime que constam nos autos que tramitam na Justiça Federal. Dentre elas, é possível assistir a um vídeo onde um dos acusados narra detalhadamente como cometeu o crime.

A expectativa do procurador da República Gino Sérvio Malta Lôbo, responsável pela denúncia, é de que os cinco acusados sejam levados a júri popular até junho de 2009. “Fora o período em que o processo ficou na Justiça estadual, os acusados interpuseram uma série de recursos, vários deles protelatórios, o que tem atrasado a resolução. Tenho certeza, no entanto, de que as provas são mais do que suficientes para condenar todos eles”, afirmou. Albuquerque e os seguranças estão sujeitos a penas de pelo menos 60 anos cada um.

Fonte: queremosjustica.com.br