Localizado há 53 quilômetros de Maceió, Atalaia foi o único dos 102 municípios do estado a participar do 5º Fórum Nacional da Defesa Civil, realizado no final de novembro em Camaçari (BA). Participaram do acontecimento 565 representantes de 22 estados quando foi discutido o estabelecimento de medidas preventivas que ajudem a minimizar os impactos causados pelo homem na natureza, conforme explicou o coordenador da Defesa Civil de Atalaia, Massilon Mendes. Ele é autor do projeto Defesa Civil na Escola, que deverá ser colocado em prática naquele município, em fevereiro, com o apoio do prefeito Francisco Luiz de Albuquerque, (Chico Vigário).
O projeto Defesa Civil na Escola foi aprovado pela lei municipal 850/2000 e regulamentado através do decreto 06/2008, que possibilita a inclusão da matéria nas 36 unidades de ensino do município. Dezoito palestrantes defenderam seus temas e arrecadaram donativos para os sobreviventes da catástrofe de Santa Catarina.
No encontro, que foi realizado nas dependências da Cidade do Saber Professor Raimundo Pinheiro, o representante alagoano, em seu pronunciamento sobre o projeto Defesa Civil na Escola, propôs que a liberação dos recursos federais para os municípios só deva ser feita mediante a comprovação da operacionalidade do órgão. Na verdade entre todos os municípios alagoanos, só existem coordenação da Defesa Civil em Maceió e Atalaia, as demais nunca saíram do papel.
Atalaia é o 1º município do estado a contar com um projeto dessa natureza e o 12º no país. O publico alvo, são alunos da escola pública da rede municipal, que estejam cursando do 6º ao 9º ano o que corresponde a faixa etária de 10 a 15 anos de idade. “Em janeiro estaremos capacitando nossos professores de geografia, para que possam já em fevereiro, com o inicio das aulas, começarem a lecionar Defesa Civil na Escola, uma forma preventiva de orientar aos alunos da importância da participação deles na defesa da comunidade”, afirmou Massilon Mendes.
Prevenção
Para o coordenador, a idéia de implantar o projeto Defesa Civil na Escola surgiu em junho passado quando Atalaia sediou a nível nacional o Curso Operacional de Defesa Civil CODCO. “Li o livro do escritor Nilo Abreu, bombeiro aposentado e coordenador da Defesa Civil do Distrito Federal, que realizou o curso e como já tinha experiência desde 2000, quando exerci a função de Coordenador da Defesa Civil do município, me interessei pelo assunto e resolvi, com o apoio da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado e do prefeito de Atalaia Chico Vigário, implantar o nosso projeto que entra na fase prática em fevereiro próximo. Paralelo a este projeto, pretendemos realizar a capacitação de Agentes Mirins, para atuação nas comunidades em que vivem. São ações dessa natureza que visam dar uma ocupação adolescentes, evitando que a ociosidade os conduzam ao mundo das drogas. Esse é o propósito do prefeito Chico Vigário, neste próximo mandato que se inicia em janeiro”, esclareceu o coordenador.
Defesa Civil
As cartilhas ilustradas já estão prontas e mostram que o trabalho da Defesa Civil, não se concentra só na ação preventiva em períodos invernosos. “Ela está presente também na educação de se combater acúmulo de lixos para evitar proliferação de insetos, crimes de pedofilia e prostituição infantil, portanto não é só a ação preventiva em pessoas que residem nas encostas que nós denominamos áreas de risco. A preservação ambiental também está atrelada à Defesa Civil, por isso, a preocupação do prefeito Chico Vigário. O estado de Santa Catarina é um exemplo que deve nos chamar atenção sobre mudanças da natureza. Quem esperava que acontecesse essa catástrofe com mais de 100 mortes? Ninguém, porque se achavam seguro”, aponta ele e acrescenta “com a natureza ninguém pode”.
“Em Atalaia, nós temos o rio Paraíba, que é uma eterna preocupação, principalmente nesse período. Mas, lá na coordenação, nós contamos com um Pluviômetro digital, que atesta a quantidade de chuva que vai cair e compete a coordenação, depois de receber os dados, procurar imediatamente a comunidade e antecipadamente alertar as pessoas, principalmente aqueles que estão situadas em áreas consideradas de risco”, concluiu.
com alagoasemtemporeal // cícero santana