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25/03/2008 00:00:00

Polícia

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O presidente do inquérito da “Operação Bengala”, delegado Cristiano Sampaio, deflagrada na manhã de hoje, informou que a quadrilha pode ter desviado em três anos mais de R$ 2,5 milhões. Ao todo foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, sendo que outras duas pessoas foram presas em flagrante durante a operação. Um dos presos, apontado como mentor do golpe, confessou que agia há pelo menos 14 anos no Estado.

“É preciso que se explique que os mandos de prisão preventiva têm mais peso que os temporários porque as pessoas ficarão presas até a conclusão dos trabalhos de investigação. Nesse período permanecerão presass nos presídios do Estado”, adiantou Cristiano.

A operação teve como amostragem o período que compreende junho de 2007 até fevereiro deste ano. Nesse período foram detectados um desvio de pouco mais de R$ 780 mil.

Denúncia

Segundo o superintendente Regional do INSS, João Maria Lopes, a fraude foi descoberta através de uma denúncia feita por uma das pessoas que teve sue nome usado na fraude. O esquema foi detectado nos municípios de Arapiraca, Barra de São Miguel, Feliz Deserto, Campo Alegre, Junqueiro, Maceió e no distrito de Ipioca.

“A fraude usava documentos que eram legais, mas produzidos por pessoas falsas. Tudo tinha início a partir da emissão de uma certidão de nascimento reconhecida em cartório, da qual se produziam identidade, CPF e Carteira de Trabalho, aparentemente, legais”, explicou João Maria.

De posse desses documentos, que eram legalizados em cartório a quadrilha arregimentava pessoas para se assumirem as identidades e conseguirem se cadastrar para receber o –Amparo Assistencial- benefício avaliado em R$ 380,00 (salário mínimo a época).

João Maria Lopes não soube confirmar se todos os benefícios pagos eram pessoas que realmente existam, ou se eram em sua maioria clones. Essa certeza somente a continuidade do inquérito é será capaz de apontar

Já foram localizados cerca de 284 benefícios falsos o que dá uma soma de R$ 107, 920 mil ao mês e aproximadamente R$ 1,3 milhões por ano.

Investigação

A partir da constatação da fraude foi criada uma “Força Tarefa” formada por técnicos do INSS, Ministério Público Federal, Receita Federal e Ministério da Previdência Social. O grupo investigou o histórico dos saques, locais onde ocorriam e os autores dos saques.

Depois de rastrear o caminho do dinheiro foi realizado um levantamento de como os “filtros” do INSS eram burlados pela quadrilha. Foi aí que se chegou a uma funcionária do INSS que inseria os dados falsos no sistema.

Os registros de nascimento eram legalizados em dois cartórios (Ipioca e Feliz Deserto), enquanto os documentos eram conseguidos através de três funcionários dos Correios, que também foram presos, além de um servidor da Receita Federal da cidade de Arapiraca. Entre as pessoas contratadas para se passarem por beneficiários estão seis ciganos.

com alagoasagora.com.br // marcos tchôla