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Acidente
13/11/2025 11:00:00

Gabriel Galípolo reafirma foco do Banco Central na meta de inflação de 3% e responde a críticas políticas

Presidente do BC destaca que decisões são fundamentadas em dados, não em pressões externas, e reforça compromisso com metas econômicas

Gabriel Galípolo reafirma foco do Banco Central na meta de inflação de 3% e responde a críticas políticas

Em uma declaração nesta quarta-feira (12), Gabriel Galípolo, chefe do Banco Central, reforçou o empenho da instituição em atingir a meta de inflação de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Ele salientou que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) são tomadas com base em evidências concretas, sem influência de pressões políticas externas. Essa manifestação veio em resposta às críticas feitas pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que manifestou insatisfação com a condução da política monetária após o Copom manter a taxa Selic em 15% na sua mais recente reunião.

Galípolo afirmou: "Qualquer um pode questionar o Banco Central, mas ele não deve contestar os dados". O presidente do BC salientou ainda que a instituição possui um dos mandatos mais explícitos entre as organizações públicas, cujo foco principal é o controle da inflação.

Embora não tenha comentado diretamente sobre as ações fiscais do governo, Galípolo destacou que o impacto dessas políticas na inflação é constantemente monitorado. Ele reforçou a postura de comunicação do Banco Central, que busca ser "humilde e realista diante das incertezas", esclarecendo que os comunicados emitidos não antecipam futuras decisões, mas representam a avaliação atual do cenário econômico.

A ata da última reunião do Copom indica que a taxa básica de juros, atualmente mantida por um período considerado prolongado, é suficiente para assegurar o cumprimento da meta inflacionária. Contudo, o colegiado não definiu uma data para início de possíveis cortes na taxa.

Diogo Guillen, responsável pela Política Econômica do BC, apontou a persistência de um ambiente internacional de instabilidade, influenciado por tarifas comerciais dos Estados Unidos, a situação fiscal global e as incertezas envolvendo os próximos passos do Federal Reserve após o shutdown do governo norte-americano. No cenário interno, Guillen observou uma desaceleração na atividade econômica, especialmente em setores menos sensíveis ao ciclo econômico, embora o mercado de trabalho continue forte, atingindo o menor índice de desemprego já registrado.

Tanto Galípolo quanto Guillen comentaram sobre a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil, destacando que os efeitos dessa medida ainda são iniciais e foram considerados com cautela nas projeções do Banco Central.