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15/05/2008 00:00:00

Municípios


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A Procuradoria Regional do Trabalho de Alagoas (PRT) realizou inspeção em Murici, distante 51 quilômetros de Maceió, para evitar a exploração infantil e verificar as condições de trabalho na confecção de fogos. O município tem tradição em produzir traques, bombas, buscapé e, nesta época do ano, não é preciso andar muito para encontrar pessoas nas calçadas, manuseando material explosivo.

Na Rua da Floresta, a equipe da PRT encontrou uma adolescente de 12 anos de idade e uma vizinha embrulhando traque - explosivo composto de areia e prata, enroladas em papel fino – na calçada de casa. Essa cena é muito comum em várias ruas da cidade. Os donos de fábricas de fogos distribuem o material nas casas e, por isso, a atividade acaba envolvendo toda a família.

A procuradora do Trabalho Rosemeire Lobo, conversou com o pai da adolescente, conscientizando-o sobre os riscos que a filha está sujeita ao manusear material explosivo. O pai da garota assinou documento se comprometendo a não mais permitir que sua filha exerça essa ou qualquer outra tarefa que impeça seu desenvolvimento físico e psiquico.

O traque parece inofensivo, mas qualquer descuido durante a fabricação pode provocar acidentes graves. Há cerca de 15 dias, Carla Valderia, de 10 anos, moradora da Rua da Floresta, estava fazendo traque quando a mistura explodiu, atingindo suas mãos e o rosto. A criança ficou com queimadura na testa, próximo dos olhos, mas passa bem.

Rosemeire Lobo foi à casa de Carla e conversou com os pais da criança, no sentido de evitar que outros acidentes aconteçam. De acordo com vizinhas, a mistura só explodiu porque a areia estava seca. “Foi descuido. Fazer traque é fácil e não tem perigo. O problema é não deixar que a areia fique seca, porque o atrito com a prata faz a mistura explodir”.

Diante da situação precária encontrada nas fábricas e do risco a que crianças estão submetidas, a procuradora do Trabalho Rosemeire Lobo notificará o prefeito Renan Filho para que o mesmo compareça à Procuradoria. O objetivo é que o município firme termo de compromisso, no sentido de desenvolver campanhas educativas e de conscientização para combater o trabalho infantil.

“É preciso que haja o compromisso de todos para evitar que crianças sejam submetidas a riscos constantes. Sabemos que só conseguiremos combater o trabalho infantil se todos se engajarem nessa luta. Sozinho, o Ministério Público do Trabalho não conseguirá vencer essa batalha. Esse é um problema social grave e toda a sociedade e os gestores públicos têm de se envolver no processo”, disse a procuradora.

Fonte: Assessoria/PRT



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