Em artigo no jornal Sunday Telegraph, Van-Tam enfatizou que os cientistas "ainda não sabem qual é o impacto da vacina na transmissão".
Ele disse que as vacinas oferecem "esperança": segundo o governo do Reino Unido, 75% das pessoas com mais de 80 anos no país já tiveram a primeira dose da vacina.
À BBC, o ministro da saúde Matt Hancock disse que cerca de três quartos dos moradores de lares de idosos do país também foram vacinados.
Segundo Van-Tam, disse que "nenhuma vacina nunca foi" 100% eficaz. Portanto, segundo o especialista, não há garantia de proteção.
É possível contrair o vírus no período de duas a três semanas após receber uma injeção, disse ele.
Também segundo o médico, é "melhor" esperar "pelo menos três semanas" para que uma resposta imunológica se desenvolva totalmente em pessoas mais velhas.
"Mesmo depois de receber as duas doses da vacina, você ainda pode passar a covid-19 a outra pessoa e as cadeias de transmissão continuarão acontecendo", escreveu o professor Van-Tam.
"Se você mudar seu comportamento, ainda poderá espalhar o vírus, manter o número de casos elevado e colocar em risco outras pessoas que também precisam da vacina, mas estão mais atrás na fila."
Nesta semana, médicos pediram às autoridades de saúde na Inglaterra que reduzissem o intervalo entre a primeira e a segunda doses da vacina Pfizer-BioNTech.
O intervalo máximo foi estendido pelo governo de três para 12 semanas. O objetivo era garantir que mais pessoas recebessem a primeira dose com maiss velocidade em todo o Reino Unido.
Mas a Associação Médica Britânica disse que é "difícil de justificar" esta política e defendeu que a diferença seja reduzida a seis semanas.
O presidente da associação, Chaand Nagpaul, disse à BBC que há "preocupações crescentes" de que a vacina possa se tornar menos eficaz com doses de 12 semanas de intervalo.
O vice-diretor médico do governo inglês respondeu às críticas com uma pergunta.
"Aqueles que estão no grupo de risco devem ter acesso mais lento à sua primeira dose para que alguém que já tenha tomado uma dose (e, portanto, a maior parte da proteção) possa obter a segunda?"
Mais de 5,8 milhões de pessoas no Reino Unido receberam sua primeira dose de uma vacina, de acordo com dados oficiais do governo sobre o coronavírus.
O serviço de saúde pública da Inglaterra anunciou a abertura de 32 novos locais de vacinação em todo o país a partir de segunda-feira.
Eles incluem o museu Black Country Living, de Dudley, que também serviu de cenário para a série de TV Peaky Blinders, o estádio Home Park do time Plymouth Argyle FC e uma loja de uma megarede de móveis e decoração em Stratford, Londres.
Os novos postos elevam para 49 o número de locais de vacinação em massa em toda a Inglaterra - além de 70 farmácias, mais de mil consultórios de clínica geral e 250 hospitais, que também oferecem a vacina.
Na Escócia, mais de um terço das pssoas com maiss de 80 anos receberam a vacina. Na Irlanda do Norte, o total de vacinados neste grupo supera 50%.
O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johson, disse nesta sexta (22/01) que a nova variante do coronavírus descoberta no país pode matar mais do que as linhagens já conhecidas, de acordo com novas evidências científicas que estão surgindo.
Os dados foram coletados e analisados por pesquisadores do NERVTAG (sigla em inglês para Grupo de Aconselhamento para Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes), que repassou as informações para o governo.
No entanto, as pesquisas continuam em seu estágio preliminar. Outros estudos já haviam mostrado que essa nova variante pode se espalhar com mais facilidade do que outras versões do vírus.
A nova cepa surgiu em setembro no interior do Reino Unido, foi identificada em dezembro e, desde então, se tornou a principal versão do vírus na Inglaterra e na Irlanda do Norte - e se alastrou para mais de 50 países.
"Além de se espalhar mais rápido, agora parece que há evidências de que a nova variante pode estar associada com uma taxa maior de mortalidade", disse o primeiro ministro.
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