As fissuras que apareceram em diversas moradias e nas ruas do bairro do Pinheiro há cerca de 45 dias ainda tem suas causas desconhecidas. Para tentar entender o que estaria provocando essas rachaduras uma equipe de com representantes da União, do Estado e do Município, seguindo orientação passada por uma equipe da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), esteve reunida nesta sexta-feira (20), na sede da Prefeitura de Maceió, com integrantes dos órgãos que têm competência sobre o uso do solo.
Segundo informações da assessoria de Comunicação da Pasta, os pesquisadores estão na capital desde ontem (19), quando iniciaram vistorias e levantamentos nos pontos em que houve o registro do fenômeno.
Coordenador do Laboratório de Análises Estratigráficas (LAE) do Departamento de Geologia da UFRN, o professor Francisco Pinheiro, ressaltou ao iniciar a reunião que é fundamental a integração dos entes públicos para que se chegue a um laudo conclusivo referente ao Pinheiro. Segundo ele, trata-se de uma situação rara no Brasil.
“Fenômenos como este não são comuns. É preciso um estudo bastante aprofundado, levantamentos técnicos minuciosos, sobretudo a união de esforços e conhecimentos dos entes públicos e iniciativa privada. A partir disso, a médio ou longo prazo, poderá haver esclarecimentos precisos e definidas as necessidades de intervenção”, disse o especialista, destacando que devido à raridade, nenhum município do País possui um setor específico capaz de diagnosticar as causas de eventos como este.
O professor enfatizou que as causas não devem ser esclarecidas de imediato, visto que é preciso um aprofundamento técnico para entender o fenômeno. Nesta sexta-feira, já teve início o estudo com o georradar GPR, um equipamento para investigação geofísica de subsuperfície para obter informações sobre o solo. “Continuaremos com o monitoramento da região e, a partir das informações obtidas, poderemos esclarecer as causas. Este é um serviço contínuo do qual necessitamos a integração da União, do Estado e do Município para que haja efetividade e maior precisão”, acrescentou, destacando que nenhuma Prefeitura do País tem capacidade.
Além do coordenador do LAE, também estão em Maceió o doutor em geologia Anderson Medeiros Souza, o doutor engenheiro-geólogo Yoe Alain Reys Pers e Washington Luís Evangelista Teixeira, que é engenheiro civil com doutorado em geofísica. Durante a reunião, os pesquisadores da UFRN discutiram tecnicamente sobre a situação para alinhar o monitoramento que deve ser realizado a partir de agora, contanto com o apoio de instituições como a Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Além da Defesa Civil de Maceió, participaram da reunião representantes das Secretarias municipais de Desenvolvimento Sustentável (Semds), Infraestrutura (Seminfra), de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Sedet), da Ufal, do Ministério Público Estadual (MPE), do Ministério Público Federal (MPF), da Braskem, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Cesmac e da Defesa Civil Estadual. Estes órgãos e instituições devem compor o grupo de trabalho para a continuidade do monitoramento da situação do Pinheiro.
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