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Geral
11/10/2022 15:00:00

Após fuga de reeducando, relatório aponta castigos e retaliações no Presídio do Agreste

Após fuga de reeducando, relatório aponta castigos e retaliações no Presídio do Agreste

O relatório da inspeção feita em sete unidades do Sistema Prisional de Alagoas, divulgado na última sexta-feira, 07, pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), com apoio de integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB-AL), apontou uma série de irregularidades no Presídio do Agreste, unidade prisional que fica localizada no município de Girau do Ponciano. Dentre elas, chamam atenção os relatos de castigos e maus-tratos aplicados aos reeducandos, que variam desde ficar mais de 45 dias sem direito a banho de sol, a beber água apenas durante as refeições.

Os relatos de maus-tratos e castigos surgiram em meio a recentes registros de fugas do Presídio do Agreste. Os inspetores descreveram (veja aqui o relatório completoque logo após a captura de alguns dos fugitivos, foram aplicadas severas retaliações aos reeducandos.  

"Houve uma fuga no Presídio do Agreste em 31 de julho de 2022, e alguns reeducandos fugitivos foram recapturados. Após a recaptura de alguns deles, foram aplicadas severas retaliações, violência física e privação alimentar durante dias. Todo módulo de onde provinham os fugitivos sofreu sanções coletivas como ficar mais de quinze dias sem visita. Encontramos pessoas que estavam na triagem-castigo-seguro há mais de 45 dias, sem direito de acesso ao banho de sol, nem a nenhum tipo de visita e/ou contato com a família, sem acesso a um livro para leitura. Ainda foi relatado que a água não é disponibilizada ininterruptamente, e que sua oferta é apenas nos momentos das refeições".

O relatório feito pelos órgãos ainda apontou que muitos reeducandos apresentaram problemas de pele, o que pode ter sido causado pela privação ao acesso à água.

"A equipe de inspeção constatou que muitas pessoas presas apresentavam problemas de pele. A privação de acesso à água pode levar ao desenvolvimento ou agravo de diversos problemas de saúde, desde aqueles associados à desidratação até aqueles relativos a doenças de pele, doenças infectocontagiosas e infecções por machucados, devido à dificuldade de higiene pessoal e do ambiente".