Um cruzamento de dados feito pela Agência Tatu apresenta que, no Nordeste, existem 167 cidades com mais eleitores que habitantes, sendo três em solo alagoano, o que soa estranho, uma vez que pessoas aptas a votar no Brasil são aquelas com 16 anos ou mais, logo a tendência é que a população seja maior que o número de eleitores.
Alagoas conta com uma população estimada de 3.365.351 pessoas e 2.325.656 eleitores, mas três municípios possuem mais eleitores do que moradores: Belém, Jundiá e Mar Vermelho.
Em Belém há 4.226 habitantes e 4.978 eleitores, o que gerou uma recontagem do TSE no ano passado, em que não foi identificada qualquer fraude pelo tribunal. Em Mar Vermelho, a diferença, contudo, é pequena: são 3.474 residentes e 3.541 eleitores.
Já em Jundiá há 4.119 habitantes e 4.482 eleitores registrados. No caso da cidade, já há aprovação do TSE para a recontagem desde 2021, mas devido à pandemia não foi realizado no ano solicitado e em 2022 não acontece por ser ano eleitoral. A revisão deve retomar em 2023.
Em todo o Brasil, 569 cidades estão nesta situação, o que representa aproximadamente 1 a cada 10 cidades do país. Além do Nordeste, que tem a maior quantidade de municípios nesse perfil, há registros no Sudeste (164), Sul (140), Centro-Oeste (76) e Norte (22).
O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) explica que, quando há casos como esses, o próprio tribunal é responsável por investigar e enviar a informação ao TSE, que faz a revisão do eleitorado e verifica se houve ou não fraude eleitoral.
Na maioria dos casos, segundo a Justiça Eleitoral, isso não ocorre por erro ou fraude, mas sim por uma questão de preferência dos eleitores. “Alguns municípios têm muita casa de veraneio e tem muita gente que transfere o título para lá, porque vai passar o fim de semana da eleição. [Esse eleitor] Tem residência comprovada por ser proprietário de um imóvel.” explica o TRE-AL como uma das possibilidades.
No caso dessas cidades, o TRE-AL explicou que há uma movimentação das cidades do interior à capital. “Há muita gente também do interior que trabalha, tem residência em Maceió e volta para cidade para votar. Então, às vezes, dá essas divergências”, relata.
*com Agência Tatu
folha de alagoas