“É uma questão complexa”, afirmaram todas as entrevistadas desta reportagem ao Jornal da USP. As respostas disponíveis até o momento, segundo as organizadoras, apontam que a Universidade põe em risco o psicológico da comunidade trans, pois é comum casos em que o nome de registro e o nome social se confundem diariamente, como relatam as pessoas que responderam. Seja no cartão de identificação ou nas atas de chamada nas salas de aulas, pessoas trans contam ser constante a falta de educação no tratamento pelo nome social e do pronome que as identifique corretamente. Não só por parte de estudantes, como também de docentes.
“É um tema de muito pouca visibilidade dentro da Universidade e poucas pessoas que tenham interesse em conhecer mais. Assim como a gente tem um movimento de pensar em políticas antirracistas na educação, a gente também tem que pensar em políticas antitransfóbicas na Universidade, além de pensar em formas de letramento de gênero”, explica a professore Silvana de Souza Nascimento, do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, também co-organizadora da pesquisa.