O empresário Patrese Calheiros, que denunciou um personal trainer por homofobia, praticada dentro da academia Top, na orla de Maceió, contou ao CadaMinuto, nesta terça-feira (19), que o profissional foi afastado do estabelecimento após a denúncia. O fato aconteceu no dia 23 de junho deste ano, mas foi divulgado apenas no dia 15 deste mês, pela Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL).
Segundo Patrese, além dos ataques homofóbicos, o personal também tentou agredi-lo fisicamente por duas vezes, na ocasião. Ele levou o caso à Comissão da OAB e registrou queixa na Polícia Civil.
O empresário relatou ter percebido que, desde que começou a frequentar a academia, em 2020, o personal estava incomodado com a presença dele e, eventualmente, fazia comentários homofóbicos, mas desta vez, ao exigir que Patrese saísse do equipamento no qual treinava, o personal passou a xingá-lo com palavras de baixo calão, até falar “eu vou dar o que você quer, menina”.
Nesse momento, Patrese fez questão de falar alto para as pessoas ao redor saberem que ele estava sendo ameaçado, sendo vítima de um ataque homofóbico. O personal ainda tentou agredi-lo fisicamente duas vezes, mas foi impedido por um colega de trabalho, o instrutor do próprio empresário.
Patrese disse também ter lamentado a reação da gerência da academia ao fato, que não tomou nenhuma atitude, segundo ele. A vítima, acompanhada da advogada Elijanny Farias, se reuniu com os proprietários da Top e propôs que a empresa punisse o agressor, fizesse uma retratação e criasse uma campanha contra homofobia e qualquer tipo de discriminação. De acordo com ele, a princípio a empresa aceitou fazer a retratação, mas não demonstrou interesse em punir o instrutor.
Relatando “muita tristeza” diante da situação, o empresário disse que o episódio prejudicou inclusive o seu personal trainer, que perdeu um cliente quando Patrese deixou de frequentar a academia.
Caso em andamento
Também em entrevista ao CadaMinuto, a advogada Elijanny comunicou que o caso está em andamento na Polícia Civil para apuração e confirmou que a academia já solicitou ao personal acusado de homofobia que não ministre mais aulas no local.
Já Marcus Vasconcelos, presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB/AL, informou que irá enviar ofício para a academia, para que o estabelecimento preste esclarecimentos sobre o ocorrido. Ele também relatou ter sido informado sobre o desligamento do personal de suas funções no estabelecimento.
O CadaMinuto entrou em contato com a academia e com o personal trainer denunciado pelo empresário e aguarda retorno.
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