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Acidente
05/07/2022 11:00:00

Inflação faz consumidor alagoano deixr de comer carne

Pesquisa realizada pela FSB, encomendada pelo banco BTG Pactual, aponta que 55% dos brasileiros deixaram de comprar carne vermelha

Inflação faz consumidor alagoano deixr de comer carne

Linguiça, ovos, mortadela, os embutidos estão cada dia mais presentes na mesa do alagoano e, na maioria dos casos, por necessidade, e não por serem preferidos. Essa é uma das consequência da inflação alta e que afeta até o paladar.

Pesquisa realizada pela FSB, encomendada pelo banco BTG Pactual, aponta, por exemplo, que 55% dos brasileiros deixaram de comprar carne vermelha. A carne de boi, seja para o churrasco, do cozido ou até mesmo moída, sumiu da mesa de muitos alagoanos, e o motivo: eles não podem mais pagar por elas. Francisco de Oliveira tem 54 anos e vende carne em uma banca de feira no Jacintinho, em Maceió.

Ele conta que o perfil de compra dos clientes mudou muito nos últimos anos e tem se acentuado cada dia mais. “Numa sexta-feira você vendia tudo com folga até o começo da tarde. Vendia muito corte nobre, como contra filé e picanha, hoje esse cortes não saem com facilidade,e quando sai as pessoas compram bem pouco, é como se fosse pra lembrar como é o gosto”, avalia.

O comerciante explica que agora o item que mais sai no dia a dia é osso para sopa. “Se vier umas três horas da tarde já não tem mais”, conta. Em compensação ele diz que tem dia que não consegue vender 5 quilos de picanha. “É assim, quem comprava contra filé ou picanha para fazer bife, hoje compra coxão mole, quem comprava coxão mole compra carne moída, e quem comprava carne moída não compra mais carne”, exemplifica.

Alisson Firmino, tem 36 anos e é motorista por aplicativo, ele também faz bicos como encanador e pedreiro e diz que, realmente, não consegue comprar mais carne. “Está pelos olhos da cara. Já cheguei a ver 1kg de carne custando quase R$ 60, um corte comum. Parei de comer a carne porque ia pesar no orçamento de casa, porque juntando a energia que também está cara, o salário não dá para nada”, elenca.

“Antes, a gente ia no mercado e comprava carne, frango, frios, fazia uma feira para o mês todo com menos de R$ 700 reais. Hoje, o meu salário inteiro, que chega a R$ 2 mil, fica quase pela metade no supermercado. É difícil ver isso e ter que mudar os hábitos e a nossa vida por causa disso. Não dá para entender”, desabafa.

d.gazetaalagoas