20/12/2025 06:29:24

Geral
15/04/2022 15:00:00

Policiais penais de AL ameaçam impedir terceirizados de exercer funções no sistema prisional

Policiais penais de AL ameaçam impedir terceirizados de exercer funções no sistema prisional

Os policiais penais de Alagoas marcaram uma assembleia geral, para a próxima terça-feira (19), às 9h30, para discutir a possibilidade de retirar os monitores de ressocialização (prestadores de serviços) dos postos de trabalho no sistema prisional. A categoria avisa que não há mais como tolerar a usurpação de funções e o desrespeito à Constituição, que restringe a execução de determinados serviços, apenas, aos servidores de carreira.

O presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Alagoas (Sinasppen/AL), Vitor Leite, responsabiliza o secretário de Estado de Ressocialização e Inclusão Social, coronel Marcos Sérgio, pela medida mais radical que pode ser tomada pelos efetivos. Segundo ele, o secretário prometeu à classe acatar algumas sugestões, dentre elas, o de afastar os precarizados de funções cativas dos policiais penais. No entanto, o acordo teria sido ignorado.

A entidade alega que o exercício ilegal de trabalho é rotineiro e antigo no sistema prisional alagoano. São funcionários da empresa terceirizada Reviver e funcionários comissionados que atuam nas guaritas, portaria central e condução de reeducandos para outras unidades e atividades externas nas penitenciárias de Maceió e na do Agreste, em Girau do Ponciano.

Os policiais penais dizem que vão debater, na assembleia, a proposta de encerramento das atividades por parte dos prestadores de serviço nas funções que só poderiam ser executadas pelos servidores concursados.

“Se a categoria acatar a sugestão do sindicato, vamos convidar estes funcionários a se retirarem dos postos de trabalho. Não vamos mais permitir que outras pessoas realizem as nossas atividades. Os contratados podem ser realocados e ficarem à disposição dos seus líderes, mas não poderão mais atuar nas funções dos policiais penais”, explicou Leite.

Ele informou, ainda, que os concursados somente vão exercer o trabalho se o efetivo for suficiente. Atualmente, há 600 servidores efetivos no sistema prisional de Alagoas. Por outro lado, de acordo com o Sinasppen/AL, são mais de 800 prestadores de serviço, que atuam como monitores de ressocialização.

“Nós fomos a uma reunião com o coronel Marcos Sérgio e ele nos garantiu que acataria a nossa sugestão. Ele deu a palavra, mas não cumpriu. Isso é grave porque não estávamos numa mesa de bar. Além disso, diante de tantas ilegalidades, o Ministério Público de Alagoas, mesmo provocado pela entidade, não toma nenhum posicionamento em favor da lei”, criticou o presidente do sindicato.

Leite afirmou que uma fiscalização será feita, em caso de deliberação em assembleia, para conferir o funcionamento do sistema prisional. Se algum prestador for encontrado armado, o representante dos policiais penais ameaça prender os que resistirem a deixar o posto de trabalho.

“Estes prestadores usam armas fornecidas pelo Estado e, mesmo tendo porte de uso civil, não têm amparo legal que dá direito a exercer a função de policial. Já falamos sobre isso com a Vara de Execuções Penais e com o procurador-geral de Justiça, mas o MP tem sido omisso”, reclamou.

Em nota, enviada na semana passada, quando questionado sobre a existência de cabide de empregos, usurpação de funções e contrato ilegal de administração no sistema prisional, o coronel Marcos Sérgio informou que dialogou com os representantes do sindicato e está receptivo às adequações legais. Disse, ainda, que está analisando as colocações da categoria e que procederá a todas as resoluções e encaminhamentos necessários.

Fonte Gazetaweb

O Estadão